Vidro, porcelana, titânio e até nióbio: conheça moedas exóticas pelo mundo

Hoje, os materiais exóticos ganharam um novo papel: são os protagonistas das moedas comemorativas

Mariana Campos Bruno Pellizzari

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Quando pensamos em moedas, a imagem mais comum que nos vem à mente é a de peças de metal — geralmente de cobre, níquel ou aço. Mas você sabia que, ao longo da história e até os dias atuais, moedas já foram cunhadas nos materiais mais inesperados?

Vidro, couro, cerâmica, plástico e até madeira já serviram como base para a fabricação de moedas em diferentes países e contextos. No passado, o uso desses materiais muitas vezes era fruto da necessidade: na ausência de metais disponíveis, como durante guerras ou crises econômicas, o improviso se tornava solução. É o caso de moedas de porcelana e cerâmica utilizadas na Tailândia, China e Alemanha em períodos de escassez.

Hoje, no entanto, os materiais exóticos ganharam um novo papel: são os protagonistas das moedas comemorativas, verdadeiras obras de arte numismática que encantam colecionadores no mundo todo. Países como Áustria, Canadá, Letônia e outros têm lançado moedas com metais e formatos inusitados, que muitas vezes se esgotam poucas horas após o lançamento.

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Além do visual sofisticado, esses exemplares se destacam pelos materiais raros ou tecnológicos. Já foram produzidas moedas com nióbio, tântalo, titânio, virenium, ródio, rutênio, estanho, paládio, platina, irídio e até acrílico e vidro. Em alguns casos, o uso de metais nobres ou de coloração especial confere à peça um valor estético e comercial ainda maior.

No Brasil, o Banco Central e a Casa da Moeda mantêm uma tradição mais conservadora: até hoje, nenhuma moeda nacional foi cunhada com esses materiais exóticos. A única exceção foi em 2019, com o lançamento da série de medalhas comemorativas pelos 25 anos do Plano Real, feita em nióbio. Lançadas em tiragem limitada, as peças se esgotaram no mesmo dia e hoje são disputadas por colecionadores em todo o país.

Medalha de nióbio comemorativa aos 25 anos do Plano Real (Reprodução Collectprime)

Quer conhecer algumas dessas moedas exóticas que parecem saídas de um laboratório futurista? Veja abaixo os exemplos mais curiosos e raros do mundo da numismática:

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Moeda de barbados, com valor facial de 1 dollar, emitida em 2023 em Titânio Reprodução TP Leilões)
Moeda da Áustria, com valor fácil de 25 euros, emitida em 2022 em Nióbio Reprodução TP Leilões)
Moeda dos Estados Unidos, com valor facial de 50 dollars, emitida em 2008 em Platina (Reprodução TP Leilões)
Moeda da Rússia, com valor facial de 5 rublos, emitida em 1991 em Paládio (Reprodução TP Leilões)
Moeda do Japão, com valor facial de 5 sen, emitida em 1945 em porcelana (Reprodução Numista)
Moeda de Ruanda, com valor facial de 10 francos, emitida em 2015 em Rutênio (Reprodução Numista)
Moeda do Cazaquistão, com valor facial de 500 tenge, emitida em 2012 em Tântalo (Reprodução TP Leilões)
Moeda de Tuvalu, com valor facial de 100 dollars, emitida em 2018 em Ródio (Reprodução Numista)
Moeda do Congo, com valor facial de 10 francos, emitida em 2004 em acrílico (Reprodução Numista)
Moeda do Território Britânico do Oceano Índico, com valor facial de 2 libras, emitida em 2009 com vidro (Reprodução Numista)
Moeda do Sião (Tailândia), emitida entre 1760 e 1871 em porcelana (Reprodução TP Leilões)
Moeda da Bélgica, com valor facial de 25 centimes, emitida em 1920 em papel-cartão (Reprodução Numista)

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Mariana Campos

Diretora de Comunicação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB)

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Bruno Pellizzari

Presidente da Sociedade Numismática Brasileira (SNB)