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Quanto falta para a ocupação dos escritórios voltar à forma pré-pandemia?

Taxa de desocupação em São Paulo saiu de menos de 16% para mais de 25% - e ainda serão necessário dois ou três anos para retomar os níveis de antigamente
Por  Giancarlo Nicastro -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Acompanhando de perto o mercado imobiliário comercial, principalmente o de lajes corporativas na cidade de São Paulo – capital que concentra a maior densidade de lajes corporativas em todo o Brasil –, constatamos que são mais de 3 milhões de metros quadrados de escritórios de alto padrão, distribuídos por 11 regiões principais. No jargão do mercado, chamamos esse grupo de áreas de Central Business Districts (Berrini, Chácara Santo Antônio, Chucri Zaidan, Faria Lima, Itaim Bibi, JK, Marginal Pinheiros, Paulista, Pinheiros, Santo Amaro e Vila Olímpia).

Apesar da pandemia e de parte das empresas manterem seus colaboradores em regime de trabalho híbrido ou home office, importantes empreendimentos foram entregues em 2021, acrescentando 154,2 mil metros quadrados em novo estoque para a capital. Para se ter uma ideia, esse volume nos anos de 2019 e 2020 – somados – não chegou a 100 mil novos metros quadrados.

No início de 2021, a BR Properties entregou três torres – Aroeira, Jatobá e Paineira – do complexo Parque da Cidade na Chucri Zaidan. Juntas, as torres têm 132 mil metros quadrados e chegaram ao mercado com importantes selos para empresas que estão adequando seus negócios dentro dos princípios ESG, como o LEED Gold e LEED Neighborhood.

O arranha-céu River One foi outro empreendimento de escritórios de alto padrão entregue em maio do ano passado, na região da Marginal Pinheiros, com lajes privativas médias de 1.461 metros quadrados e algumas com área de terraço. Por último, o Dynamic Faria Lima foi entregue em julho, com mais 5.071 metros quadrados em novo estoque para Pinheiros.

Novos projetos devem continuar chegando ao mercado em 2022 – e, por isso, muito nos perguntam sobre quando o segmento de escritórios voltará à forma anterior à pandemia. Antes da ruptura causada pelo coronavírus nesse mercado, a taxa de vacância – ou desocupação – era de 15,96%, um nível considerado saudável. Em comparação, o setor encerrou 2021 com 25,15% de espaços vagos.

Sabemos que é complexo antever o que virá pela frente e fazer projeções. Mas analisando esse recorte, estamos estimando chegar ao final de 2022 com uma ligeira queda de vacância, chegando na casa dos 24%. Caminhamos para os níveis pré-pandemia apenas nos próximos dois a três anos.

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Para 2022, projetamos a chegada de mais 178,5 mil metros de escritórios de alto padrão nas regiões comerciais mais disputadas da cidade. As imediações de Santo Amaro, Chucri Zaidan, Pinheiros e Faria Lima – onde o Faria Lima Plaza deverá ser entregue já integralmente locado – devem todas receber novas lajes.

Importante observar que há diversas variáveis políticas e econômicas que podem afetar o desempenho das lajes corporativas. No entanto, seguimos otimistas com o setor. Estamos no terceiro ano de pandemia e a tese de que os escritórios acabariam caiu por terra. As empresas seguem interessadas em manter suas sedes, e principalmente, estão aproveitando o momento para instalar ou expandir seus escritórios nas regiões consideradas prime, garantindo espaços bem localizados, em empreendimentos ícones, e com alto poder de negociação.

Giancarlo Nicastro CEO da SiiLA Brasil, plataforma de pesquisa e inteligência do mercado imobiliário comercial de alto padrão, condomínios logísticos e shoppings

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