Qual a maior nota já emitida no mundo? E a que tem o maior poder de compra? Veja lista (e fotos)

Para muitos, números tão altos nas cédulas são um retrato claro de uma economia em desordem — algo que os brasileiros conhecem bem, especialmente antes do Plano Real

Bruno Pellizzari Mariana Campos

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Ao longo da história, diversos países já se viram obrigados a imprimir cédulas com valores astronômicos — quase sempre em resposta a períodos de hiperinflação. A recordista nesse quesito é a Hungria, que, em meio ao colapso econômico do pós-Segunda Guerra Mundial, chegou a emitir uma nota com inacreditáveis 21 zeros.

Para muitos, números tão altos nas cédulas são um retrato claro de uma economia em desordem — algo que os brasileiros conhecem bem, especialmente antes do Plano Real. Nesta matéria, reunimos as cédulas com os maiores valores faciais já impressos no mundo e o que elas revelam sobre os países e contextos que as criaram.

Qual a cédula de maior valor facial do mundo?

A cédula de maior valor facial já emitida no mundo foi o 1 bilhão de B.-Pengő, da Hungria, em 1946. A denominação “B.-Pengő” representava um trilhão de pengős, ou seja, a nota equivalia a 1 bilhão de trilhões de pengős — um total de 1 sextilhão de pengős (1.000.000.000.000.000.000.000 = 1 seguido de 21 zeros).

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A nota foi criada durante um período de hiperinflação extrema no país, quando os preços dobravam a cada 15 horas. A economia húngara estava devastada ao fim da Segunda Guerra Mundial. Estima-se que 40% dos ativos do país tenham sido destruídos ou removidos — pela Alemanha nazista ou pelo Exército Vermelho soviético, que os expulsou — e que uma grande parcela da população em idade ativa tenha sido perdida no Holocausto, nas batalhas ou em campos de prisioneiros de guerra na União Soviética.

Apesar do valor nominal astronômico, a cédula valia apenas cerca de 2 dólares na época. Ela sequer chegou a entrar em circulação e foi rapidamente substituída pelo forint, nova unidade monetária criada dentro de um plano econômico para conter a inflação.

(Reprodução/Numista)

Embora a Hungria detenha o recorde de cédula com mais zeros, outros países também já emitiram notas com valores faciais impressionantes. Na Alemanha, durante a hiperinflação do pós-Primeira Guerra Mundial, foi emitida uma cédula de 100 trilhões de marcos (100.000.000.000.000).

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Mais recentemente, o caso mais emblemático é o do Zimbábue, que em 2008 lançou uma nota de 100 trilhões de dólares zimbabuanos. Apesar da quantidade de zeros, a nota valia apenas cerca de 50 centavos de dólar americano.

(Reprodução/TP Leilões)

E o Brasil?

O Brasil também já conviveu com cédulas de muitos zeros. No passado, foram emitidas notas de 1 conto de Réis, que na verdade eram equivalentes a 1 milhão de Réis (1.000.000).

Assim, 1 conto de Réis ainda é o maior valor facial já impresso no país, emitido em quatro ocasiões entre 1907 e 1927.

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(Reprodução/TP Leilões)

Na história mais recente, muitos brasileiros ainda se lembram da cédula de 500.000 cruzeiros, lançada em 1993, durante o auge da hiperinflação. Essa foi a cédula com o maior valor facial emitida no Brasil nos tempos modernos.

Menos de um ano depois, o Plano Real foi implantado, marcando o início de um período de maior estabilidade monetária.

(Reprodução/TP Leilões)

Qual a cédula com o maior poder de compra do mundo?

Deixando de lado a quantidade de zeros e olhando para o poder de compra real, duas cédulas se destacam atualmente como as mais valiosas do mundo.

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Singapura e Brunei, dois países do sudeste asiático, possuem as cédulas com maior valor de face ainda em circulação: 10.000 dólares de Singapura e 10.000 ringgit de Brunei.

Ambas equivalem hoje a cerca de R$ 45.000. Definitivamente, não são notas para se pagar um simples cafezinho.

Veja:

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(Reprodução/Bank Note Museum)
(Reprodução/Bank Note Museum)
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Bruno Pellizzari

Presidente da Sociedade Numismática Brasileira (SNB)

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Mariana Campos

Diretora de Comunicação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB)