O Brasil é uma nação de empreendedores

A cada crise, a cada dificuldade, o brasileiro prova que sabe se reinventar

Fábio Vitola

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Empreender no Brasil vai muito além de abrir empresas. É sobre se transformar, transformar os outros e, muitas vezes, transformar o mundo ao redor. A cada crise, a cada dificuldade, o brasileiro prova que sabe se reinventar. É a mãe que cria um negócio dentro de casa, o jovem que tira do papel uma startup, o profissional que, dentro de uma grande empresa, age como dono e coloca em movimento novas ideias.

E os números mostram que esse espírito não é exceção — é vocação. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), seis em cada dez brasileiros sonham em empreender. Isso nos coloca entre os países em que mais se valoriza essa jornada. Já uma pesquisa do Sebrae mostra que abrir o próprio negócio é hoje o terceiro maior sonho da população, atrás apenas de comprar a casa própria e viajar. Um salto impressionante, considerando que, em 2010, empreender estava distante até mesmo do ranking dos dez principais desejos.

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Não é só vontade: o Brasil também ocupa lugar de destaque em prática. De acordo com o GEM, a nossa Taxa de Empreendedorismo Inicial (TEA) está entre as mais altas da América Latina. Isso significa que milhões de brasileiros estão envolvidos em negócios com menos de 3,5 anos de existência — colocando a mão na massa, testando, validando, crescendo. É uma verdadeira onda empreendedora que movimenta a economia e muda histórias de vidas.

Mas empreender não é só abrir CNPJ. É também intraempreender: criar e inovar dentro de grandes organizações, agir com espírito de dono mesmo sem ser o dono. Essa força vem crescendo e prova que empreender é antes de tudo um jeito de olhar para o mundo — inquieto, criativo, disposto a transformar.

O caminho, claro, não é fácil. O IBGE aponta que cerca de 20% das empresas empregadoras não sobrevivem ao primeiro ano de atividade. É um dado duro, que mostra como ainda precisamos avançar em formação, apoio, acesso ao crédito e programas de capacitação.

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Ainda assim, o brilho de quem decide dar o primeiro passo segue firme e forte. Porque empreender é viver intensamente, é acreditar quando ninguém mais acredita, é insistir porque existe propósito no que se faz, paixão pela soluçãode problemas, paixão por encontrar os resultados.

Mais um dado impressionante do GEM, no Brasil: estima-se que 42 milhões de pessoas adultas (18 e 64 anos) já tinha um negócio (formal ou informal) ou tomaram alguma atitude para ter um negócio. E outros 48 milhões de pessoas adultas, que não tem, mas gostariam de ter um negócio nos próximos 3 anos!

O Brasil é, sim, uma nação empreendedora. Somos resilientes, criativos e movidos pela vontade de transformar. Mas para que essa vocação nacional se traduza em resultados duradouros, precisamos seguir avançando — como país, como empresas e como indivíduos. Eu sigo acreditando: empreender é o maior motor de transformação que existe.

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Empresas mudam o futuro das pessoas e transformam a sociedade!

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Fábio Vitola

Fábio Vitola é CEO e co fundador da Galapos e sócio da XP Investimentos. Empreendedor e investidor com 20 anos de experiência em fusões e aquisições, é mentor e embaixador da Endeavor no Brasil e conselheiro de empresas.