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Feedback no trabalho: 10 dicas de como se portar durante a conversa

O feedback é uma ferramenta muito importante em qualquer tipo de relação, quando aplicada de forma respeitosa e construtiva
Por  Rebeca Toyama -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Com a chegada do final do ano, há uma mudança de ciclo: as avaliações de desempenho e os famosos momentos de feedback, ocupam espaço nas disputadas agendas de líderes e equipes dentro das companhias.

Como se portar em um feedback e como lidar com o conteúdo recebido são temas importantes.

O feedback é uma ferramenta muito importante em qualquer tipo de relação, quando aplicada de forma respeitosa e construtiva. Porém, existe um receio da ferramenta, talvez por mau uso ou má interpretação de sua função e estrutura. Sendo assim, nosso artigo tem como objetivo trazer alguns esclarecimentos sobre o tema.

Segundo o Instituto Gallup, a relevância do feedback cresceu muito com a pandemia. Após um aumento constante na última década, o engajamento dos colaboradores diminuiu globalmente em dois pontos percentuais, de 22% em 2019 para 20% em 2020.

Além disso, 45% das pessoas dizem que suas próprias vidas foram afetadas “muito” pela situação do coronavírus e o estresse diário dos trabalhadores atingiu um recorde, aumentando de 38% em 2019 para 43% em 2020.

Sobre o feedback

Em essência o feedback é um encontro entre dois ou mais profissionais que desejam crescer, mas para termos esse nível avançado de compreensão, independente do lado que estivermos, devemos lembrar que estamos diante de um ser humano em construção, portanto, perfeição não deve ser cobrada de nenhuma das partes.

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Em um mundo que era VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo, em português), que virou BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível, em português), o feedback quando bem aplicado produz resultados positivos que beneficiam os colaboradores e sua organização independentemente do objetivo – seja para obter feedback dos colaboradores por meio de pesquisas ou outros canais, por exemplo, ou dar feedback aos colaboradores, sendo o segundo o foco deste artigo.

Tipos de feedback

Também cabe diferenciar o feedback entre formal ou informal. Sendo que o primeiro faz parte do cronograma da empresa e costuma ter formato e parâmetros pré-estabelecidos pela área responsável, além de ser realizado por um profissional envolvido com o desenvolvimento ou desempenho de quem recebe o feedback.

Já o informal, pode até fazer parte da cultura da empresa, mas não faz parte da agenda de atividades formais e pode ocorrer de forma solicitada ou espontânea. Solicitada quando um profissional pede para outro e espontânea quando o feedback ocorre sem nenhum tipo de solicitação. Em ambos os casos pode ser realizado por qualquer pessoa, independentemente, de cargo ou vínculo.

Dicas para aproveitar o feedback

É válido relembrar que o feedback faz parte do jogo da vida – seja positivo ou negativo. Por isso, em caso de discordância ou dúvida, se expresse de forma serena, por meio de uma boa argumentação pautada por fatos e não opiniões – o que geralmente sé é possível depois que o sangue esfria.

Minha experiência mostra que as reações viscerais imediatas durante o feedback costumam não ser produtivas e que após uma boa noite de sono, conseguimos ter uma melhor compreensão do que foi dito.

Já tive cliente que pediu demissão na hora do feedback, outra que saiu da sala e foi “desabafar” com o chefe do chefe. Não cabe aqui expor o final da história, mas vale contar que ninguém ganhou nada, além de estresse e desafeto.

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Tão nocivo quanto o feedback negativo, o positivo quando mal compreendido, pode inflar o ego e gerar expectativas, que quando não atendidas geram frustração e discórdia. Portanto, parcimônia e discrição sobre o que é dito é sugerido. Feedback é um momento íntimo que não deve ser exposto banalmente no café ou na mesa do bar.

A ideia aqui não é engolir sapo e nem baixar a cabeça, mas sim entender a essência do feedback e tirar o máximo proveito desse momento de aprendizado, para isso vamos tecer algumas dicas:

  1. Não leve para o lado pessoal, o que está sendo dito é sobre seu desempenho profissional, lembre-se de seus outros papeis na vida, você é muito mais que seu trabalho;
  2. Não fique na defensiva, observe inclusive sua postura física e expressões faciais;
  3. Encare a crítica de forma positiva, transforme esse momento numa aula;
  4. Receba com humildade os elogios e reconhecimentos;
  5. Saiba ouvir, respire fundo e entre no módulo escuta ativa;
  6. Em caso de dúvida, tenha cuidado ao formular sua pergunta para que ela não fique parecendo uma defesa, justificativa ou refutação grosseira;
  7. Transforme tudo que for possível em aprendizado e aplique as mudanças necessárias.
  8. Agradeça o feedback, lembre-se que faz parte da vida de todos;
  9. Anote as orientações ou palavras-chaves durante o feedback. É uma boa forma de você refletir sobre os pontos abordados – e comparar anotações atuais com as anteriores ajudam a ter uma auto reflexão sua evolução;
  10. Se abra para feedbacks informais e tendo oportunidade e o que contribuir, ofereça também feedbacks construtivos aos seus colegas.

Finalizo com uma pergunta:

Cada um de nós deve escolher o que fazer com o feedback recebido: aplicá-lo como peças em nosso desenvolvimento ou como obstáculos de nossa carreira?

Rebeca Toyama Rebeca Toyama é fundadora da Academia de Competências Integrativas (ACI). Atua há 20 anos como palestrante, coach e mentora em temas relacionados à carreira, empreendedorismo e bem-estar financeiro. Atualmente mestranda em psicologia é administradora com especialização em tecnologia, marketing e governança corporativa. Colaboradora dos livros "Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia (Volume 2)"; e "Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos". E também integra o corpo docente da pós-graduação da Alubrat (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e do Instituto Filantropia.

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