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Em meio à euforia do mercado com a inteligência artificial, Warren Buffett, aos 94 anos, mantém a filosofia que o consagrou há décadas: simplicidade, disciplina e paciência.
Enquanto investidores se deslumbram com o futuro da tecnologia, a carteira da Berkshire Hathaway segue firme em setores tradicionais da economia americana: seguradoras, energia, ferrovias — e um impressionante montante de US$ 334 bilhões investidos em T-Bills, os títulos do Tesouro americano de curtíssimo prazo, rendendo cerca de 4,2% ao ano. Para colocar isso em perspectiva, Buffett controla um caixa maior do que as reservas de dólares do Brasil e, mais surpreendente ainda, possui mais títulos do Tesouro americano do que o próprio Fed, o Banco Central dos Estados Unidos.
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Os números dessa estratégia, que pode parecer conservadora, são eloquentes. Desde janeiro de 2024, as ações da Berkshire Hathaway valorizaram 49%, superando as chamadas “Magníficas 7” — Apple, Amazon, Microsoft, Meta, Google, Nvidia e Tesla —, que avançaram 45% no mesmo período. No mais recente relatório anual, a Berkshire revelou seu terceiro recorde consecutivo de lucro operacional, com um crescimento de 27%, alcançando US$ 47,44 bilhões.
Não é novidade que Buffett adote essa postura cautelosa em tempos de otimismo exagerado. Conhecido por antecipar crises e agir no momento certo, ele fez história em 2008, salvando bancos como Goldman Sachs e Bank of America durante o colapso financeiro, e repetiu o feito em 2020, no auge da pandemia. Agora, tudo indica que ele está à espreita da próxima grande oportunidade.
Na euforia, ele pode soar antiquado. Mas, quando o mercado desaba, é Buffett quem dá as cartas.