Arte como investimento: comece a coleção sem gastar fortunas

Investir em arte não é apenas um prazer estético, mas também uma decisão financeira inteligente

Aloisio Cravo

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Obra de Alfredo Volpi que foi a leilão (Reprodução/Aloisio Cravo)
Obra de Alfredo Volpi que foi a leilão (Reprodução/Aloisio Cravo)

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O mercado de arte está em constante transformação. O cenário tradicional, que associava a posse de obras de arte a pessoas com alto poder aquisitivo, abre espaço para aqueles que, com recursos mais controlados, também desejam investir na produção de artistas renomados. Uma excelente estratégia são os trabalhos sobre papel, como desenhos, aquarelas e gravuras. Embora continuem sendo valiosos, esses itens possuem uma oferta maior e uma demanda mais equilibrada, tornando-os uma opção atraente.

As produções em papel de um artista reconhecido costumam ter um valor significativamente inferior ao de uma pintura de grande escala do mesmo autor. No entanto, essas peças apresentam um grande potencial de valorização ao longo do tempo, especialmente se o artista ganhar notoriedade ou se suas criações se tornarem ainda mais apreciadas por colecionadores e museus.

Outro ponto relevante é que, com o orçamento destinado a uma obra mais cara, o colecionador pode adquirir uma variedade de desenhos, aquarelas e gravuras, explorando diferentes estilos, técnicas e períodos artísticos, o que torna a seleção mais convidativa. Além disso, essa tática não só diversifica a coleção, mas também dilui o risco de valorização concentrada em um único artista ou movimento.

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Além do custo-benefício vantajoso, iniciar um acervo com obras sobre papel permite ingressar no universo do colecionismo e participar de um setor em expansão contínua. Um estudo divulgado em fevereiro deste ano pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), feito em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), revelou que o mercado brasileiro de arte movimentou R$ 2,9 bilhões em 2023, um crescimento de 21% em relação a 2022.

O levantamento reforça que o investimento no setor se consolida como uma alternativa cada vez mais interessante, oferecendo possibilidades de retornos financeiros, de oportunidades de envolvimento direto no dinâmico universo artístico e, principalmente, de diversificação de portfólio.

Outro aspecto a considerar é que muitos artistas emergentes produzem peças únicas ou edições limitadas, o que pode torná-las raras e possivelmente mais valiosas no futuro. Assim, uma coleção construída com essas características não apenas combina acessibilidade e diversidade, mas também abre portas para oportunidades estratégicas de valorização a longo prazo. Dessa forma, investir em arte não é apenas um prazer estético, mas também uma decisão financeira inteligente.

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*Aloisio Cravo é fundador da casa Aloisio Cravo Arte e Leilões

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Aloisio Cravo

Fundador da casa Aloisio Cravo Arte e Leilões