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Análise Técnica ou Fundamentalista? Como tirar proveito das duas escolas

A análise técnica parte dos gráficos para estudar os movimentos do mercado com o propósito de prever tendências de preço. Já a fundamentalista considera aspectos macro e microeconômicos que impactam diretamente os ativos. Qual das duas é a melhor?
Por  Filipe Fradinho -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Sabe aquele momento em que lhe perguntam qual caminho de uma bifurcação seguir e você não tem ideia de qual deles é o melhor? Muita gente já se deparou com essa situação no mundo dos investimentos – e a dúvida está em escolher entre a análise técnica e a fundamentalista.

O inusitado é que, depois de escolher um dos caminhos, você acaba percebendo que a outra opção também levaria ao mesmo lugar – no caso, ao aumento de capital ao operar na Bolsa.

Agora, vamos entender quais são as bases de cada escola, suas diferenças e se elas podem se relacionar ou não. Primeiro, é importante ter em mente que tanto uma quanto outra são essenciais para entender o motivo dos preços dos ativos na Bolsa e tentar antecipar quais serão os próximos movimentos.

Análise Fundamentalista

A análise fundamentalista utiliza relatórios periodicamente divulgados pelas empresas, demonstrações financeiras e outros documentos sobre a saúde financeira da companhia. O intuito da análise fundamentalista é conseguir precificar da melhor forma possível qual seria o valor justo da empresa em questão. O termo correto para o “valor justo”, aliás, é valor intrínseco.

A análise pode ser feita de dentro da empresa para todo o setor ao qual ela está inserida, estratégia “bottom up”. Ou ao contrário: do setor para dentro da empresa, o que recebe o nome de análise “top down”.

Dentro da organização, também devem ser feitas análises horizontais e verticais. A análise horizontal compara o desempenho da empresa ao longo de vários períodos de divulgação de resultados, considerando também a variação de indicadores como o Ebitda, ROE, dividend yield, liquidez e LPA.

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Já a análise vertical analisa os pesos de certos indicadores em relação a outros tópicos maiores, dentro do mesmo período. Esse tipo de análise visa uma projeção de preço no longo prazo.

Análise Técnica ou Gráfica

De acordo com um dos principais autores sobre análise técnica, John J. Murphy (1999), esta análise é “o estudo dos movimentos do mercado, principalmente pelo uso de gráficos, com o propósito de prever futuras tendências no preço”.

Quando Murphy se refere ao termo “movimento do mercado”, está incluindo subliminarmente dois pilares que devem ser levados em consideração: o preço e o volume de negociação dos ativos. Essa escola foi criada por Charles Dow e Edward Jones e segue um conjunto de conceitos estabelecidos chamado de Teoria de Dow.

Utilizando a “AT” (análise técnica), conseguimos identificar tendências nos preços dos ativos que nos indicam qual força está maior – a compradora ou a vendedora. Com isso, fica mais fácil perceber se os preços estão, em geral, subindo ou caindo e com qual intensidade.

Resumindo, a análise técnica foca em estudar os movimentos do mercado por meio dos gráficos no curto e médio prazo, enquanto a análise fundamentalista é direcionada a estudar os aspectos financeiros e econômicos das empresas listadas em Bolsa no médio e longo prazos.

Você também pode analisar os dados de uma empresa não listada com a análise fundamentalista, mas essas empresas não têm a obrigação de divulgar seus dados.

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Principais ferramentas de cada analista

Na análise técnica, utilizamos os gráficos, as plataformas profissionais, os candles (as barras de preço, em verde e vermelho), o volume financeiro, o índice de força relativa (IFR), dentre outros milhares de indicadores.

Já na análise fundamentalista é preciso levar em consideração os aspectos macro e microeconômicos que impactam diretamente aquele ativo – ou seja, é necessário analisar os fatores gerais da economia, como taxa de juros, inflação, decisões públicas e as informações do setor em que a empresa atua.

Qual das duas é melhor?

Como em toda dualidade de teorias com a mesma finalidade, ambas trazem vantagens e desvantagens. O melhor a se fazer é estar sempre aberto para conhecer mais sobre a sua escola e a outra vertente. Apenas assim iremos evoluir no caminho do conhecimento.

Certa vez um mentor bem mais experiente me alertou: “Se eu ganhar só pelo que eu sei, nunca ganharei também pelo que não sei. Então estou sempre aberto a aprender”.

Dá para usá-las em conjunto? Sim. Quando se filtram empresas com bons fundamentos, perspectivas financeiras e econômicas positivas, a tendência é de que no longo prazo aquele ativo desempenhe de forma a agradar os seus investidores. Nesse momento, sabemos que em um determinado intervalo de tempo a tendência de auferir ganhos é mais alta do que a de perder capital.

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Mas qual é o melhor momento para realizar uma entrada nesses ativos? É aí que a análise técnica mostra força e eficiência. Analisando os movimentos de curto prazo, podemos identificar pequenas variações de preço em que conseguimos fazer a entrada e aproveitar as distorções no melhor timing possível. Complementar uma análise com a outra só tem a agregar ao investidor.

Filipe Fradinho É analista CNPI da Clear Corretora, formado em administração de empresas pela PUC-RIO. Acumula passagens por empresas como Ágora Corretora, Órama e Ativa Investimentos. Atuou como trader profissional, operando Day Trade e Swing Trade de Ações, mas se especializou em operações de Day Trade no mercado futuro de índice e dólar. Atualmente, faz parte do #TeamClear e é responsável pela sala educacional de Análise, a EducaClear, no canal da Clear no YouTube.

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