Quando o assunto é dinheiro, muitas mulheres ainda estão nos anos 60
Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores
Não consigo deixar de me impressionar a cada vez que converso com uma mulher sobre dinheiro e ela me conta que, na realidade, é o marido que cuida dos investimentos dela.
Deixe-me ser clara: estou falando de mulheres que têm suas próprias carreiras, muitas vezes brilhantes. Mulheres que são responsáveis por departamentos enormes nas empresas onde trabalham. São empreendedoras. São bem-sucedidas em tantas áreas da sua vida.
Mas são também mulheres que acreditam não ter a capacidade de gerir seus próprios investimentos.
Preciso ser honesta e dizer que isto vem acontecendo com menos frequência do que antes. Quando lancei, em 2012, o blog Finanças Femininas, o que eu mais via eram mulheres que me diziam que não precisavam daquilo. Sempre havia um marido, pai ou irmão que cuidava do dinheiro delas.
Em sete anos, isso mudou. Agora, toda vez que eu conto a uma mulher sobre o meu trabalho, ouço a mesma frase: “Eu preciso disso!”. Da recepcionista do prédio à sócia do escritório, a reação é idêntica. Todas querem ter a vida financeira sob controle.
No entanto, quando o assunto é investir, o cenário é outro. Ainda vejo muitas mulheres que não se sentem confiantes para aplicar seu dinheiro sozinhas.
Esta questão tem raízes históricas. Os homens lidam com dinheiro desde que o mundo é mundo. As mulheres, não.
As mulheres tiveram direito de ter seu próprio CPF no fim dos anos 1960 – e com ele, veio o direito de ter uma conta individual no banco, sem precisar da autorização do pai ou do marido.
Isto tudo no mesmo momento em que começa a ascensão dela no mercado de trabalho. Ou seja: a responsabilidade de ganhar e cuidar do seu dinheiro é recente.
O mundo do dinheiro sempre foi masculino e estamos vivendo uma transição lenta. As mulheres ainda têm salários inferiores aos dos homens (no Brasil, uma média de 28% a menos).
Os cargos de liderança ainda são ocupados majoritariamente por eles. O mercado financeiro é ainda masculino: a maior parte tanto dos executivos, quanto dos clientes, é composta por homens.
Entretanto, estamos vivendo um período de mudanças. As mulheres são a maior parte do capital intelectual do país e correspondem a 60% da população universitária.
Conforme diminui a diferença salarial e as mulheres passam a ocupar cada vez mais cargos de liderança, elas passam a ter cada vez mais renda disponível.
Assumir o controle da sua vida financeira – e dos seus investimentos – é parte central do processo de conquista real de independência e autonomia. Uma mulher realmente empoderada consegue bancar suas escolhas, não é mesmo?
Por isso, é fundamental falarmos de dinheiro com as mulheres. Esta é a proposta desta coluna, que nasce hoje aqui no Infomoney.
Minha missão de vida é apoiar as mulheres para que se sintam confiantes e confortáveis para lidar com segurança com o seu dinheiro.
Acredito que isto é benéfico para todos: a sociedade se enriquece, as famílias passam a ter mais renda e mais opções. A prosperidade das mulheres é a prosperidade de todos.
Por isso, faço um convite: torne-se um assinante (ou uma assinante!) desta coluna, seja você homem ou mulher. Compartilhe o texto com as mulheres da sua vida. Juntos, conseguiremos construir um país mais rico e mais igualitário.
Invista para garantir sua independência financeira: abra uma conta gratuita na XP!