“Não consigo guardar dinheiro porque nunca sobra nada”
Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores
Diga a verdade: você alguma vez já disse essa frase? Pode até ter sido apenas uma reflexão. Ela é muito comum – parente das famosas “é para isso que eu trabalho” e “eu mereço!”.
Na semana passada, decidi perguntar para as minhas seguidoras no Instagram qual era a maior dificuldade delas para guardar dinheiro. Apesar de não ser um teste de múltipla escolha, as respostas eram muito parecidas umas com as outras.
Algumas culparam as dívidas e outras falaram que era falta de planejamento. No entanto, a mais comum, de longe, foi que não “sobrava dinheiro”.
A verdade é que pouquíssimas pessoas têm dinheiro sobrando. Assim, dando sopa, sem uma finalidade definida.
O que existe – e não é tão raro assim – são pessoas com recursos guardados para realizar um objetivo. Uma aposentadoria tranquila, uma viagem, uma casa na praia, o sonho de ter alguns milhões na conta corrente. Mesmo os bilionários têm metas para seu patrimônio.
Mas, para chegar lá, é preciso deixar de lado a postura passiva de esperar para “ver quanto sobra” e começar a guardar de forma proativa. Não é à toa que tantos especialistas falam da importância de “pagar-se primeiro”.
O conceito é simples: assim que o salário cai no início do mês, você já precisa ter definido quanto vai poupar naquele mês e tirar este dinheiro da conta.
Se você já deixar programada uma aplicação automática, melhor ainda – desta forma, não corre nem o risco de esquecer de guardar e investir aquele dinheiro. Antes de pagar o aluguel, condomínio, IPTU e assim por diante, você se paga primeiro.
É simples, mas engenhoso. Com esta tática, você garante que consegue guardar todo mês e se acostuma a viver com menos do que você ganha.
Uma vez, logo no início do meu trabalho como educadora financeira, recebi um depoimento de uma leitora: “Ninguém nunca me disse que eu não poderia gastar tudo o que ganhava”. Pois então: esta é a dura verdade. Ninguém pode.
Se todos gastássemos menos do que ganhamos, os níveis de endividamento e inadimplência desabariam. Restariam apenas as dívidas por problemas com perda de renda e emprego e os financiamentos de longo prazo mais saudáveis.
Fácil de falar, mas difícil de fazer. Certo?
Mas não precisa ser assim. Se você nunca conseguiu poupar nada, o que eu recomendo é que você comece a guardar dinheiro aos poucos. Nos primeiros meses, poupe 5% ou 10% da sua renda. Aos poucos, suba este porcentual até chegar ao patamar de 20% da sua renda.
Quando der por si, você já terá deixado aquela história de procurar pelas sobras como coisa do passado.