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Se você está pensando em comprar um carro nos próximos meses, aqui vai um alerta direto: a faixa de veículos até R$ 200 mil virou a “linha de frente” de uma guerra de preços. E, como em qualquer guerra, quem não entende o mapa corre o risco de perder dinheiro.
O motivo principal tem sotaque chinês.
As marcas da China deixaram de ser coadjuvantes e passaram a disputar seriamente o bolso do brasileiro. Elas já respondem por uma fatia relevante das vendas de carros no país e dominam o mercado de elétricos e híbridos, oferecendo mais tecnologia, mais equipamentos e, muitas vezes, preço agressivo em relação às marcas tradicionais. Em paralelo, novas montadoras continuam chegando, ampliando a competição justamente na faixa entre R$ 120 mil e R$ 250 mil.
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Agora pense comigo: se chegam ao mercado dezenas de modelos novos, bem equipados, com design moderno e pacote tecnológico de “carro premium”, qual é o impacto sobre o seminovo de 2 ou 3 anos que custa R$ 150 mil, R$ 180 mil, R$ 200 mil? Ele começa a parecer caro. Quando o consumidor passa a achar que algo está caro, o preço precisa se ajustar. Essa é a “zona de compressão” que está afetando os usados até R$ 200 mil.
Traduzindo: vários modelos nessa faixa tendem a sofrer mais desvalorização do que o normal ao longo dos próximos meses. Não é pessimismo, é oferta e demanda.
Imagine dois clientes chegando à mesma loja.
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O primeiro está de olho num SUV médio seminovo de R$ 190 mil, com 3 anos de uso e boa lista de equipamentos. O segundo olha para um SUV chinês 0 km, híbrido ou elétrico, com mais tecnologia embarcada, garantia maior e uma diferença de preço menor do que você imagina.
Com a oferta atual, é cada vez mais comum o comprador olhar para o seminovo e pensar: “por um pouco a mais eu levo o novo, com tecnologia atualizada”. Em muitos casos, esse “pouco a mais” some quando você coloca na conta taxa de financiamento, bônus de fábrica ou valorização maior no usado que entra na troca.
Resultado: o seminovo naquela faixa de preço precisa ficar mais barato para continuar competitivo. E isso empurra a tabela de vários modelos para baixo, inclusive de marcas que, até pouco tempo atrás, eram sinônimo de valor de revenda garantido.
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Se entrar no mercado sem informação, você pode pagar caro por um seminovo que ainda não “precificou” essa nova realidade. Ou pode comprar um 0 km que ainda tem espaço para cair mais à frente, conforme a guerra de preços avança.
Por outro lado, se entender o que está acontecendo, dá para fazer bons negócios. A ideia desta coluna CarInvest é justamente ajudar você a tomar decisões mais racionais com o seu dinheiro na hora de escolher um carro.
Se você pretende trocar de carro nos próximos meses:
1) Cuidado com o seminovo “encostado” no 0 km chinês.
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Compare sempre com o preço do 0 km mais próximo. Se um seminovo de R$ 180 mil está colado em um novo de R$ 200 mil, mais tecnológico, ele provavelmente está caro demais.
2) Considere o pacote completo, não só o preço de vitrine.
Coloque na conta financiamento, seguro, IPVA, consumo e revisões. Às vezes o 0 km “mais caro” custa quase o mesmo, ou menos, no fluxo de caixa mensal.
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3) Fique de olho na liquidez futura.
Olhe a quantidade de anúncios, o tempo médio de venda e converse com lojistas. Carro difícil de revender rouba dinheiro lá na frente.
4) Olhe além da marca, entenda a rede.
No caso dos chineses, pergunte sobre rede de concessionárias, peças e assistência técnica na sua região. Carro é relacionamento de longo prazo.
5) Se você já tem um carro nessa faixa, antecipe o movimento.
Quem possui um veículo até R$ 200 mil pode se beneficiar ao vender antes que novos lançamentos pressionem ainda mais alguns modelos.
Ninguém compra carro fazendo conta em planilha o tempo todo. Tem o cheiro do 0 km, o sonho antigo, o design que encanta, a vontade de “subir de patamar”. Tudo isso faz parte e é saudável.
O ponto é que, com a chegada massiva de novos players e com a tecnologia avançando rápido, a diferença entre uma escolha bem feita e uma precipitada pode significar dezenas de milhares de reais na hora da revenda.
Trate a sua próxima compra como um investimento de médio prazo. Escolha o carro que cabe no seu orçamento, que faz sentido para o seu uso e, principalmente, que tenha fundamentos para preservar melhor o valor nos próximos anos.
Na CarInvest, a ideia é justamente essa: ajudar você a dirigir melhor também as decisões financeiras ligadas ao automóvel. Afinal, se o mercado entrou na “zona de pressão”, o seu dinheiro não precisa entrar junto.