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Felicidade e Riqueza (2) | Prazeres: o lado ótimo do dinheiro

O papel dos prazeres e do dinheiro na felicidade de uma pessoa.
Por  Wilson Marchionatti
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Falamos no post anterior que a moderna psicologia positiva define três tipos de sensações importantes para uma vida feliz: prazer, pertencimento e significado. Vamos abordar agora o primeiro: prazer.

Nós humanos temos pulsões, ou seja, impulsos energéticos que conduzem nosso comportamento. A fome, a vontade de comer algo que sabemos que é bom, o apetite sexual, a vontade de ir a uma festa para se divertir. São apetites que temos, e que buscamos saciar.

Há relação entre esses apetites e o dinheiro? Sim, e muita.

É o dinheiro que garantirá o carro que desejamos, a casa que sonhamos, o conforto da família, e alguns vão dizer que o dinheiro tem relação até mesmo com o amor. Um executivo de uma grande empresa de cosméticos certa vez disse que sua empresa não vendia maquiagem, mas sim amor em forma de batom. Claro, o dinheiro pode ser usado para embelezar, e com isso aumentar nossa capacidade de atração.

Algumas pessoas que chegam para nossa orientação trazem um sentimento de culpa: “todos dizem que eu nasci para ser rica, pois tudo o que gosto é caro”. Não sinta-se culpado se você é assim. Significa que você é humano.

Somos geneticamente desenhados para apreciar o que é belo, de bom gosto, bem feito. Queremos morar bem, não nos imaginamos em um casebre, queremos uma geladeira cheia e colorida, e queremos nossos familiares também vivendo bem.

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Essa é uma explicação para o fato de que países pobres tendem a ter pessoas mais infelizes, conforme apontam pesquisas da economia da felicidade, que tem como um de seus expoentes Richard Estearlin.

Imagine que você está entre os mais humildes brasileiros, que passam o mês com cerca de R$ 180, o suficiente para comprar meia cesta básica. É possível satisfazer todas aqueles apetites de prazer que temos? É claro que não.

Imagine agora que você está entre os 50% de brasileiros que passam o mês com certa de R$ 850. Ainda estamos longe do conforto desejado, você dirá. E se subimos para os 4% de brasileiros que ganham R$ 3.600 ou mais por mês? Ainda assim ficamos distantes de um alemão médio, que ganha cerca de R$ 8500 por mês.

Entre esses níveis de renda, de R$ 180 a R$ 8500 por mês está comprovado que há uma grande relação entre ganhar mais e sentir-se mais feliz. E se conseguirmos ganhar ainda mais? Depois desse ponto as pesquisas demonstram que não há mais relação consistente entre ganhar mais e sentir-se mais feliz.

Como explicar, então, o restante da felicidade humana que não advém do prazer e do dinheiro? Para compreender isso temos que cavar fundo nos outros dois tipos de sentimentos descritos pela psicologia positiva: pertencimento e significado. É o que veremos nos próximos 3 posts.

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