Fechar Ads

A educação financeira como solução

A Educação Financeira é uma das maiores oportunidades para que uma pessoa adquira um comportamento sustentável e produtivo. Por essa razão, pode ser também uma das melhores ferramentas para proporcionar desenvolvimento econômico e social.
Por  Wilson Marchionatti
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Você sabe o que significa dizer que o Brasil é um país subdesenvolvido? O principal significado é: quem vive em um país subdesenvolvido tem, em média, uma baixa renda e, consequentemente, acesso à educação, saúde e segurança de baixa qualidade.

Alguém que nasce no Brasil, se tiver um desempenho profissional médio, terá uma renda anual de cerca R$ 20 mil, mais ou menos R$ 1,6 por mês. Já alguém que nasce nos EUA, Japão ou norte europeu, e também tiver um desempenho profissional médio, terá uma renda anual de cerca de R$ 100 mil, mais ou menos R$ 8,3 por mês?

Por que essa diferença brutal no poder aquisitivo e consequentemente na qualidade de vida? A resposta é que os países desenvolvidos são capazes de produzir mais e melhores bens e serviços, gerando maior renda a seus cidadãos. Mas quando dizemos que os “países produzem”, estamos nos referindo a quem? Como todos os países desenvolvidos são sistemas capitalistas, quem produz são as empresas e os indivíduos. Trabalhadores em parceria com empresários. O Estado, que cobra impostos sobre a atividade econômica, tem a missão de organizar a sociedade, corrigir falhas e permitir que empresas e indivíduos produzam em todo seu potencial.

Esses conceitos, além de desconhecidos entre brasileiros, são perturbadores. Em 2013 a população brasileira foi às ruas pedir por melhor educação, saúde, segurança e transporte público gratuito. A solicitação era que o Estado fornecesse melhores serviços públicos. Mas o Estado não produz quadros negros, livros, remédios, ônibus escolares ou metrôs. O Estado apenas compra materiais e contrata servidores públicos para fornecer serviços. E faz tudo isso com o dinheiro de impostos, que você leitor paga.

Uma das atribuições do Estado, se for eficiente em seu trabalho, é usar o dinheiro dos impostos da melhor maneira possível, o que se sabe é uma grande dificuldade em um país que opera com elevados níveis de corrupção. Ou seja, o Estado tem a capacidade de decidir como os impostos serão distribuídos e utilizados. Mas e quanto a aumentar a renda média de toda a população brasileira, passando dos R$ 20 mil anuais de hoje para R$ 100 mil anuais de um país desenvolvido? Para fazer isso, só há uma solução dentro do sistema em que vivemos: empresas e indivíduos tem que ser capazes de produzir mais bens e serviços.

E por que algo tão importante quanto a capacidade de produzir não é discutido no Brasil, sobretudo em época de eleições? Dos mais de 100 candidatos a todos os cargos que falam a cada propaganda eleitoral, uma minoria aborda a questão da produção. Pouquíssimos falam sobre a necessidade de facilitar o ambiente de negócios, tornar a vida do empreendedor mais fácil, desburocratizar, simplificar, reduzir impostos. Por que se fala tão pouco nisso se é algo tão importante?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A resposta é que o Brasil é ainda um país confuso: parece não haver uma resposta precisa para a pergunta “como gerar riquezas”? Por meio de impostos? Por meio de distribuição de renda? São certamente questões muito importantes. Mas infelizmente não substituem a necessidade de um ambiente econômico e de negócios favorável à produção de bens e serviços. Enquanto não se tem uma reposta clara sobre “como gerar riquezas”, sobrevive uma mentalidade de que serviços de educação, saúde e segurança podem ser garantidos com briga por orçamento público. Assim, ficamos presos no complexo do “cobertor curto”: cobre-se aqui, descobre-se ali.

Essa percepção de que o país precisa de um ambiente favorável ao trabalho, passa a se tornar muito nítida para pessoas que abrem sua mente para o mundo dos negócios por meio da educação financeira. Ao passo que uma pessoa compreende o seu papel dentro de uma economia, ela se dá conta de vários mecanismos do sistema em que vivemos:

1) A qualificação profissional possibilita maiores salários porque o trabalhador se torna mais produtivo para as empresas, que oferecerão melhores salários a um profissional qualificado.

2) Com trabalho, dedicação e empreendedorismo é possível construir patrimônio sem depender de benefícios do Estado.

3) O mercado financeiro possui diversas facilidades para que uma pessoa possa aumentar seu patrimônio, alcançando mais facilmente sua liberdade financeira, a conquista de sonhos materiais e uma aposentadoria tranquila.

4) Como a pessoa se torna uma investidora, ela mesma passa a pensar como um empresário, tendo que tomar decisões sobre onde investir seus recursos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

5) Com um novo ponto de vista, a pessoa passa a perceber que o exagero de intervenção do Estado na cobrança de impostos ou burocracia desmotiva investidores a transformar seus recursos em investimentos produtivos. E isso prejudica o país como um todo.

Uma pessoa educada financeiramente se torna um grande multiplicador de desenvolvimento econômico. Sua atitude fica norteada pelo aumento de sua própria produtividade para aumentar sua renda, e também pelo aumento da produtividade dos recursos que acumulou. Essa pessoa, por exemplo, vai desejar investir seu dinheiro em empreendimentos que geram boa rentabilidade, ou seja, que geram considerável riqueza.

Esse comportamento impulsiona a produtividade da economia como um todo, permitindo, enfim, que o país produza mais bens e serviços e aumente a renda per capita.
Compartilhe

Mais de Bolso e Alma

Bolso e Alma

A gravidade e o amor

A gravidade e o amor não reagem à distância fazendo guerra, pois sabem que a união com o todo é um fato, e o reencontro é uma questão de tempo.
Bolso e Alma

Você é fiel? A quem?

A tão cobrada fidelidade pode ser um sacrifício ou um prazer. Tudo depende se você vê essa fidelidade como um objeto material, ou como um jeito autêntico de ser.