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Existe futuro para as agências bancárias?

Smartphones substituirão agências bancárias? Em quanto tempo?
Por  Arthur Vieira de Moraes
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Investimento em agências bancárias faz sentido para o longo prazo? Existem atualmente 5 FII listados que somam patrimônio de cerca de 2,6 bilhões de reais investidos majoritariamente em agências bancárias. Dois desses fundos foram alvo de IPO’s disputadíssimos entre o final de 2012 e o início de 2013. No caso do BBPO11 a procura foi tanta que cada investidor só conseguiu comprar 10% do valor que havia reservado e, também por isso, as cotas valorizaram 18,7% no primeiro dia de negociação.

Imóveis (a maioria agências bancárias) todos locados para o Banco do Brasil, contratos atípicos e duradouros. Todo mundo queria em 2012 e, a julgar pela cotação atual, continua querendo ser cotista desse fundo.

Outros fundos investem em agências do banco Santander, Caixa Econômica Federal, Banrisul e BB Estilo. Milhares de cotistas espalhados pelo Brasil todo. Mas quantos desses cotistas frequentam as agências bancárias? Será que elas existirão num futuro próximo? O que pode acontecer com o patrimônio desses fundos?

Como todos sabem, a grande ameaça vem dos nossos smartphones, verdadeiras agências bancárias virtuais. Eles substituirão totalmente as agências físicas? Em quanto tempo?

Essa questão desperta interesse não apenas dos cotistas de FII, mas também dos próprios bancos. Todos os anos a Febraban realiza uma pesquisa sobre tecnologia bancária. A de 2015 está disponível e, ao que parece, os cotistas dos fundos de agências podem ficar tranquilos. Apesar do rápido crescimento das plataformas digitais, as agências e outros canais físicos permanecem relevantes.

A questão principal é que os correntistas ainda não substituíram os imóveis pelos smartphones por completo. O crescimento é sim vertiginoso, em 2015 21% das transações e atendimentos bancários foram feitos pelo mobile banking (ante 10% em 2014) e outros 33% pelo internet banking (ante 37% em 2014). Porém, o uso feito pelos usuários é bem específico. Consulta de saldo (72%), pagamento de contas (3%), transferência de dinheiro (2%) e outras transações não financeiras (23%).

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Transferências de valores mais altos, pedidos de empréstimos e financiamentos, decisões de investimentos, contratação de seguros, são exemplos de serviços e transações que continuam tendo como principal canal as agências bancárias. Nesses casos o cliente prefere o “olho no olho” com o seu gerente para esclarecer dúvidas, negociar taxas etc. Portanto parece haver uma questão comportamental que ainda não foi superada pela tecnologia.

Além disso, enquanto a bancarização já é bem alta, o mesmo não se pode dizer da inclusão digital. Em 2015 89,6% dos brasileiros eram bancarizados, mas apenas 56% tinham acesso à internet.

Assim, apesar do ritmo acelerado e ainda grande espaço para crescimento dos meios eletrônicos, vaticinar pelo fim das agências bancárias parece exagerado. Diminuição sim, extinção não.

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