STOCK PICKERS NO AR Halving: o Bitcoin vai explodir ou implodir? Entenda o que realmente deve acontecer

Halving: o Bitcoin vai explodir ou implodir? Entenda o que realmente deve acontecer

Fechar Ads

A Fase Atual do Futebol no Brasil

Evidentemente, para a consolidação econômica e gerencial definitiva dos clubes, bem como para a melhoria do nível técnico e organizacional do nosso futebol, há que se considerar, também, três outros fatores importantíssimos: a disponibilidade de estádios próprios e de centros de treinamento; a formação de um quadro robusto de sócios-torcedores; e a exploração racional de imagens e tradições de cada time, incluindo a venda de uniformes, souvenirs e material esportivo.
Por  Rubens Menin -
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Logo após o desastre da Copa perdida em 2014, publiquei neste blog o tópico “Lições da Maior Derrota do Futebol Brasileiro” em que esmiucei a necessidade de uma ampla reforma naquele esporte, alcançando jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, clubes, associações desportivas e demais instituições encarregadas do nosso futebol. Quando esperávamos uma reação imediata e eficiente àquela tragédia, descobrimos que o quadro poderia se deteriorar ainda mais. Tínhamos chegado ao fundo do poço, mas continuávamos cavando. E não deu outra: a Seleção Brasileira consolidou a rotina de desclassificações precoces e de perda de copas, enquanto os nossos melhores clubes deixavam de conquistar torneios continentais e mundiais.

O quadro que vislumbramos hoje é crítico. Os nossos melhores jogadores estão no exterior; junto com eles, mais de três mil promessas talentosas de 17 a 19 anos que deveriam representar a base ou o estoque nacional de craques onde os nossos times e seleções poderiam recrutá-los mais facilmente. O nível técnico do nosso futebol piorou muito e, por conseqüência, os estádios andam vazios, carentes de melhores públicos. Quase todos os nossos principais clubes de futebol passaram a acumular dívidas enormes, com atrasos constantes de salários, de tributos e de encargos. O custeio das atividades vai sendo feito, precariamente, com base em receitas alternativas, entre as quais se destacam o pagamento dos chamados “direitos televisivos” e alguns patrocínios especiais, dirigidos, normalmente, às agremiações de maior torcida ou localizadas em grandes centros. Esse caldo de cultura favorece o surgimento de gestores incompetentes, pouco éticos ou alheios ao verdadeiro espírito do esporte, bem como a transformação de clubes, ligas e federações em sinecuras onde se encastelam dinastias dirigentes ou de onde se projetam políticos e aproveitadores pouco escrupulosos.

Existe, no entanto, uma nova perspectiva que pode transformar esse sentimento de desânimo e fracasso em esperança de uma reviravolta auspiciosa. Pessoalmente, estou convencido da potencialidade de avanço significativo em decorrência de dois atos recentes: 1) A nova regulamentação baixada pela FIFA (a entidade máxima do futebol mundial), a ser obrigatoriamente observada pelas instituições encarregadas da organização do esporte em todos os 204 países afiliados e; 2) A nova Lei Brasileira do Futebol decorrente da consolidação da Medida Provisória n° 671/2015. O primeiro instrumento vincula os direitos econômicos (multas rescisórias, etc.) diretamente aos clubes que detêm os direitos federativos dos jogadores e limita a ação de intermediários. O segundo deles estabelece o Programa de Modernização do Futebol Brasileiro – PROFUT, no âmbito do qual os clubes e instituições poderão parcelar e quitar mais facilmente os seus respectivos débitos para com a Previdência e demais repartições fazendárias, impondo, em contrapartida, métodos de responsabilidade contábil, respeito aos compromissos salariais, duração dos mandatos, limites financeiros de gastos e outras medidas de gestão transparente, profissional e eficaz. Nesse novo ambiente, os clubes e instituições do futebol poderão quitar os seus passivos financeiros em longo prazo e com parcelas compatíveis às respectivas realidades econômicas, bem como estruturar saudavelmente os seus fundamentos. De certa forma, ficam vedadas outras chances futuras deste tipo de benefício e os clubes que não se ajustarem ao novo ambiente certamente acabarão excluídos dos campeonatos, torneios e colegiados de futebol, tanto nos níveis locais e regionais, como também, no âmbito nacional.

Evidentemente, para a consolidação econômica e gerencial definitiva dos clubes, bem como para a melhoria do nível técnico e organizacional do nosso futebol, há que se considerar, também, três outros fatores importantíssimos: a disponibilidade de estádios próprios e de centros de treinamento; a formação de um quadro robusto de sócios-torcedores; e a exploração racional de imagens e tradições de cada time, incluindo a venda de uniformes, souvenirs e material esportivo. Nesse particular, não posso deixar de destacar o fato de que a maioria dos grandes clubes brasileiros não dispõe de estádio próprio e, quando têm que contar com a utilização de arenas públicas (mesmo as implantadas ou reformadas para a Copa) ou daquelas transferidas à iniciativa privada na forma de PPPs ou de Concessões, percebem que estas foram inadequadamente concebidas ou tratadas e, por isso, não conseguem alcançar o desempenho dos modelos europeus mais atualizados. São desafios que precisam ser encarados. E com urgência, para que não se perca a janela de oportunidade aberta com as novas regras e com o novo ambiente legal.

Compartilhe

Mais de Blog do Rubens Menin

Blog do Rubens Menin

Você Pode Mudar o Futuro

Se existe, hoje, uma certeza largamente majoritária no espírito dos brasileiros, ela é, sem qualquer dúvida, a de que o Brasil precisa mudar. E mudar rápido. Gerações antes de nós – e mesmo a nossa própria – cresceram iludidas com a idéia de que o Brasil seria o país do futuro, ainda que, no presente de cada época, as coisas não corressem tão bem quanto todos gostariam.
Blog do Rubens Menin

Propósito

No mês de maio passado, tive a chance de participar de um extraordinário curso (Executive Program) na Singularity University, organização acadêmica estrategicamente localizada no Vale do Silício, na Califórnia. Já há algum tempo, eu vinha acompanhando o desempenho dessa Universidade, interessado no experimento educacional da instituição fundada pelo icônico Raymond Kurzweil, Diretor de Engenharia da Google e referência mundial para assuntos ligados à Inteligência Artificial. Agora, aparecendo a oportunidade, fui beber diretamente naquela fonte de conhecimentos. Por maiores que fossem as minhas expectativas, a experiência ainda conseguiu superá-las. Não apenas pelos instigantes conceitos do avanço exponencial da tecnologia e o conseqüente alcance próximo dos instantes e eventos característicos da disrupção (mudança completa de paradigmas), como também pelo impacto que isso já vem produzindo – e que produzirá ainda mais, em acelerada progressão – na vida das pessoas e no ambiente das empresas. Além disso, tive a alegria de descobrir os fundamentos acadêmicos para muitas das práticas empresariais adotadas intuitivamente pela MRV. É essa alegria e são essas descobertas que pretendo compartilhar resumidamente, neste tópico, com os eventuais interessados.
Blog do Rubens Menin

Viva a Diversidade!

Somos o país dos desperdícios. Mais do que isso: não sabemos tirar proveito das coisas boas que temos, principalmente quando elas nos foram dadas de presente pela natureza, pelo acaso ou pela história. Muitas vezes, não tiramos proveito delas porque simplesmente não as identificamos e nem as reconhecemos como coisas valiosas. Outras vezes, até chegamos a enxergar o seu valor ou o seu potencial, mas não conseguimos nos organizar para conviver com muitas dessas riquezas e, quase sempre, defendemos idéias atrasadas ou métodos equivocados para considerá-las.
Blog do Rubens Menin

Uma Decisão Estratégica

No próximo dia 18, o Conselho Deliberativo do Clube Atlético Mineiro reunirá os seus 467 membros para uma decisão estratégica. Tão importante, que eu, como atleticano apaixonado e como empresário obrigado pela função a considerar, permanentemente e de forma objetiva, o futuro no planejamento de cada empreendimento, ouso arriscar que esta será a decisão de maior relevância na história do clube. Os conselheiros decidirão se o Galo levará adiante ou não o projeto de implantação de seu próprio estádio, a Arena MRV. Mas, estarão decidindo muito mais do que isso. Os conselheiros decidirão, principalmente, se o Atlético estará ou não entre o limitado número de agremiações consolidadas no – cada vez mais exigente –  cenário futebolístico nacional e mundial.   
Blog do Rubens Menin

Reforma da Previdência

A Reforma da Previdência voltou a ser o assunto do dia, embora ela nunca tivesse perdido a importância, mesmo quando eclipsada por episódios políticos cobertos pela imprensa com mais sensacionalismo. Na realidade, a nação precisa encarar esse desafio de frente, equilibrar o sistema e garantir a sua perenidade antes que a ruína se torne inevitável.
Blog do Rubens Menin

Uma Omissão Imperdoável

O empresariado brasileiro é composto, em sua grande maioria, por lideranças responsáveis e comprometidas com os princípios da ética e da cidadania que fazem prosperar uma nação.  Por isso, seria natural que essa parcela preponderante – isoladamente ou por meio das entidades de classe – se manifestasse em todas as oportunidades em que esse padrão de comportamento deixasse de ser observado em alguma ocasião especial, por qualquer agente importante.
Blog do Rubens Menin

O Indispensável Estado de Direito

Os constituintes de 1988 tiveram o cuidado de destacar na nossa Carta Magna as assim chamadas “cláusulas pétreas“, ou seja, os dispositivos permanentes que não podem ser eliminados ou substancialmente alterados, nem mesmo por Emenda Constitucional, ainda que esta venha a tramitar regularmente no Congresso Nacional.
Blog do Rubens Menin

Operação Carne Fraca: Lições e Reflexões

Quando se preparavam para encerrar mais uma semana nesta atribulada temporada, os brasileiros foram surpreendidos pelas notícias de uma mega operação deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, na última sexta-feira, sob o codinome de “Carne Fraca“. 
Blog do Rubens Menin

Renda Per Capita Líquida

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – acaba de divulgar os resultados principais das contas nacionais do exercício de 2016, quais sejam, o PIB – Produto Nacional Bruto e seus derivados diretos. O PIB, na realidade, corresponde à soma de todas as riquezas produzidas dentro do território nacional (desconsiderados os recebimentos recebidos do e as remessas enviadas para o exterior). 
Blog do Rubens Menin

2017 vem aí!

É fácil aferir o sentimento dos brasileiros acerca do ano que está terminando. À medida que se aproxima o dia da virada de exercício, as manifestações, íntimas ou públicas, da grande maioria dos nossos patrícios só variam na forma ou no adjetivo de qualificação, mas, em geral, quase todas convergem para uma constatação fortemente depreciativa: vai-se embora um ano que não deixa saudades! De fato, foi um ano em que vivemos turbulências políticas e desastres econômicos sucessivos, que acabaram por produzir uma crise sem precedentes na história da nossa República. Negócios (novos e antigos) foram por água abaixo, setores produtivos inteiros desestruturaram-se, capitais evaporaram ou foram procurar outras plagas, um enorme contingente de brasileiros foi lançado no desemprego, famílias passaram a conviver com o opressivo fantasma da inadimplência, sonhos foram desfeitos e a maior parte da nossa sociedade passou a ostentar uma expressão comum de desalento, insegurança e apreensão.