Fechar Ads

A velha história do pescador ensina que a vida vai muito além do dinheiro

Costumam dizer que viver com qualidade de vida é ter tempo e dinheiro para poder desfrutar o melhor da vida, mas será que é isso mesmo?
Por  Silvia Alambert Hala
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Estudos apontam que a motivação das pessoas que já trabalharam por longos anos é poder se aposentar para terem mais tempo para desfrutar a vida e curtir mais momentos em família e com os amigos, porém, dentro desse mesmo estudo com pessoas já aposentadas, a pesquisa revela a outra face da moeda: a maior parte dos aposentados afirma ser difícil se adaptar à nova vida, mesmo tendo o tempo e o dinheiro disponível para fazer o que quiser. 

Qualidade de vida, então, passa a ter um outro significado na vida de quem já vivencia a experiência. 

A satisfação com a vida em si é subjetiva e pode mudar: o que em um determinado momento parece ser adequado e perfeito, em outro já parece ser tedioso e estressante ou simplesmente não nos cabe mais. 

Somos assim não porque temos tempo e dinheiro, mas pela nossa própria natureza que é ativa e estamos sempre em busca de realizar algo que satisfaça os nossos anseios. Portanto, viver com qualidade de vida é um conjunto de fatores multidimensionais que vão muito além do tempo e dinheiro disponíveis. 

A crença de que viver com qualidade de vida é privilégio de quem tem tempo e dinheiro, tem levado pessoas a pensamentos equivocados sobre bem viver e tem causado doenças psicossomáticas e isso é preocupante. 

Essa questão me remete à fábula do pescador e do homem de negócios, cuja leitura sempre vale a pena para reflexão. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um homem de negócios estava passando suas férias em uma pequena vila de pescadores. Depois de receber um telefonema que o deixou estressado ele saiu da pousada e foi para a praia esfriar a cabeça. Foi aí que observou um pescador voltando do mar em um pequeno barco com uma quantidade pequena de peixes frescos. 

O homem de negócios aproximou-se do barco e ficou fascinado com a beleza dos peixes. Ele parabenizou o pescador e perguntou quanto tempo levou para que o pescador trouxesse aqueles peixes.

 “Só um tempinho”, respondeu o pescador. 

“Porque você não ficou mais tempo e pegou mais peixes?” perguntou o homem de negócios. 

“Eu peguei peixe suficiente para mim, minha família e até mesmo para dar um pouco para os meus amigos”, ele disse. 

“Mas o que você faz com o resto de seu tempo?”, indagou o negociante. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O pescador sorriu e respondeu com um tom calmo e relaxado: “Eu brinco com meus filhos, tiro uma soneca e à noitinha eu dou uma caminhada na praia com minha esposa e toco violão com meus amigos. Eu tenho uma vida muito boa!”

O homem de negócios decidiu que era melhor aconselhar o pescador: “Olha, eu vou lhe ensinar um pouco sobre negócios. O que você deve fazer é passar mais tempo pescando e vender o peixe que você não consumir. Com o dinheiro extra que você vai ganhar você pode comprar um barco maior e empregar algumas pessoas para lhe ajudar. Logo você terá dinheiro suficiente para comprar vários barcos e eventualmente abrir uma empresa.” Ele continuou. “Olha, uma vez que sua empresa tenha crescido, você começa a exportar seu peixe. Aí você começa a vender direto ao consumidor, sem intermediário, controlando o produto, o processamento e a distribuição. Aí você se muda para uma cidade grande e emprega os melhores gerentes do mundo para lhe ajudar a expandir o seu negócio.” 

O pescador questionou: “Mas senhor, quanto tempo vai levar isso tudo?” 

Ao que o homem de negócios respondeu: “Quinze a vinte anos, no máximo.” 

“E depois, o que faço, senhor?” perguntou o pescador. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O homem de negócios sorriu e respondeu: “Aí é que vem a grande recompensa! Na hora certa você vende as ações de sua empresa ao público e torna-se muito, muito rico, com milhões de dólares em seu nome.” 

O pescador ainda não tinha entendido bem o propósito de tudo aquilo: “Milhões de dólares? E o que eu faria com todo esse dinheiro?” 

E o negociante respondeu: “Você se muda para uma pequena vila de pescadores no litoral, dorme até mais tarde, brinca com seus filhos, ou melhor, com seus netos. Tira uma soneca e à noitinha vai dar uma caminhada na praia com sua esposa e tocar violão com seus amigos.” 

“Mas já não é isso que eu faço hoje, Senhor?”, respondeu o pescador. 

Qualidade de vida pode ter muitos significados. Reconheça aqueles que se adaptam melhor aos seus planos de realização de vida e vá viver a sua história.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Silvia Alambert Hala Sócia, co-fundadora da Creative Wealth™ Intl (USA), empresa americana fundada em 2002 e proprietária dos programas de educação financeira para crianças e jovens The Money Camp™, Camp Millionaire™, Moving Out! ™ e The Money Game™ que se dedica à formação de educadores financeiros escolares e mentores e tutores de crianças e jovens ao redor do mundo. Silvia atua há 15 anos como educadora financeira de crianças e jovens em escolas e nas famílias, coach especializada em finanças comportamentais, palestrante, formadora de educadores financeiros escolares no Brasil, co-autora do livro “Pai, ensinas-me a poupar!” (Ed. Rei dos Livros) publicado em Portugal, representante da APOEF™ (Associação de Profissionais Orientadores e Educadores em Finanças) nos Estados Unidos da América e coordenadora do projeto de educação financeira para jovens atletas de alto desempenho da empresa Sports To Go™. Instagram: @silviaalambert_edufin www.silviaalambert.com www.creativewealthintl.com

Compartilhe

Mais de Além do dinheiro