Liberaram meu FGTS!!! E agora… comprar ou quitar?
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Nesta semana, o governo divulgou o cronograma para os saques das contas inativas do FGTS. Todo trabalhador que tenha sido demitido por justa causa ou que tenha pedido demissão até dezembro de 2015 terá direito a sacar o dinheiro do fundo para usar como bem quiser. A estimativa é de que, ao todo, 30,2 milhões de pessoas deverão sacar um total de R$ 43,6 bilhões. Deste valor total, a expectativa é que cerca de R$ 12 bilhões a R$ 16 bilhões sejam injetados na economia via consumo das famílias, o que corresponde entre 28% a 38% do valor total que deverá ser sacado. Os outros 60% a 70% deverão ser destinados ao pagamento de dívidas e investimentos.
De acordo com estimativas do governo, mais de 85% das pessoas sacarão até R$ 3 mil, e apenas uma parcela de menos de 3% terão direito a receber mais do que R$ 10 mil. Portanto, por mais tentador que possa parecer receber um dinheiro que não estava sendo esperado, se a utilização dos recursos não for bem planejada, o benefício pode nem ser “sentido” pelas pessoas que tiverem direito a ele.
Mas se você é um dos felizardos com direito a sacar os recursos, pode estar se perguntando: o que fazer, como e onde utilizar o dinheiro que vou sacar? Para responder estas questões, vamos separar em dois grupos: dos endividados e dos que não têm grandes dívidas.
Endividados
Se você tem dívidas, não pense muito, utilize o dinheiro sacado da conta inativa do FGTS para quitar ou pelo menos amortizar os juros. Caso a dívida seja com cartão de crédito ou cheque especial, esta orientação é ainda mais valiosa, já que, segundo dados do Banco Central, os juros do cartão de crédito ultrapassam 440% ao ano, enquanto do cheque especial é superior a 300% ao ano. No caso de ter algum bem financiado, tente antecipar o pagamento de parcelas e assim obter o benefício do desconto. Agora, se a pessoa estiver desempregada, reserve o dinheiro para emergências e necessidades básicas, tais como alimentação e moradia.
Sem dívidas
Se você faz parte daquela parcela da população que não possui grandes dívidas e não está desempregado, você pode sim começar a planejar uma viagem, trocar de carro, investir na reforma da casa e outras alternativas de consumo. No entanto, bom mesmo será conter a onda consumista e investir o dinheiro para começar ou aumentar sua carteira de investimentos.
Para investir, o primeiro conselho é: fuja da Poupança! Com a taxa SELIC em 13% e a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) na casa dos 5% e com estimativas de encerrar o ano próxima dos 4,5%, a Poupança segue como péssimo investimento para quem deseja rentabilizar os investimentos.
Já que, mais de 85% da população sacará até R$ 3 mil, o melhor investimento são os títulos do Tesouro Direto. Caso você possa manter o investimento por no mínimo 5 anos, a LFT (Tesouro Selic) é uma excelente alternativa. Em seguida, aparecem os Fundos DI com taxa de administração de até 0,25% ao ano. CDBs, LCIs e LCAs só seriam opções melhores que as anteriores no caso de o investidor conseguir aplicações com percentuais iguais ou superiores a 80% do CDI, no caso das LCIs e LCAs, e 100% do CDI, no caso dos CDBs. No caso de você já investir em ações, você pode aproveitar para comprar mais ações de empresas que já compõem a sua carteira. Para quem faz parte da minoria que receberá mais do que R$ 10 mil, o conselho é diversificar. Invista em títulos públicos e em ações, de acordo com seu perfil de investidor.
Pronto! Agora é só ficar atento ao calendário para saques das contas inativas, e enquanto não chega a sua vez, planejar o que será feito com o dinheiro extra que receberá.