Como salvar seus investimentos em 2013

Faltam 4 meses para que o ano de 2013 chegue ao fim e muitos investidores estão preocupados com o cenário que se desenha. Logo, o que todos querem saber é: Como salvar a rentabilidade dos meus investimentos ainda em 2013? A tarefa não é fácil, mas é possível.
Por  Edgar de Sá
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Faltam 4 meses para que o ano de 2013 chegue ao fim e muitos investidores estão preocupados com o cenário que se desenha para o resto do ano.

Quando escrevi este texto o Índice Bovespa acumulava perda de -17,96%, o CDI, índice de referência para rentabilidade de muitos investimentos em Renda Fixa, acumulava ganho de +4,16%, enquanto que a Poupança tinha rentabilidade média de +2,78% no acumulado do ano. A Taxa Selic havia acabado de ser reajustada pelo COPOM em 0,50 ponto percentual, para 9 por cento ao ano, enquanto que o IPCA, principal índice de inflação do país, estava em alta de +3,14% no acumulado de 2013.

Apesar do crescimento acima do esperado para o PIB do 2ºtrim./13 divulgado na última semana de agosto/13, as perspectivas não são igualmente positivas para os dois trimestres seguintes. Portanto, diante de tal cenário, dos indicadores acima e das notícias pouco animadoras, o que mais se encontra são investidores lamentando os prejuízos ou baixas rentabilidades conseguidas em seus investimentos neste ano e se questionando: como salvar a rentabilidade dos meus investimentos em 2013? Não é pergunta fácil de ser respondida, até por que seria necessário um estudo mais profundo da carteira do investidor para uma análise mais precisa de como se pode melhorar a rentabilidade e em alguns casos até mesmo recuperar os prejuízos acumulados no ano. No entanto, o objetivo deste texto é auxiliar o leitor a aproveitar os próximos meses do ano para melhorar a rentabilidade ou diminuir os prejuízos acumulados.

Antes de abordar alguns investimentos e seus possíveis rumos, vale a pena lembrar que todo investidor deve ter em mente algumas lições simples, básicas, mas muito valiosas na hora de cuidar de seus recursos: paciência, disciplina, estratégia, calma, foco, conheça no que e onde está investindo, não se arrisque muito e conte sempre com ajuda de bons profissionais.

Ações

O investimento em ações exigirá ainda mais atenção por parte dos investidores, uma vez que setembro deve ser um mês de definições. São muitos eventos econômicos e políticos no cenário global que farão com que o mês seja decisivo para o rumo do último trimestre do ano e início de 2014.

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Investir em ações de setores que sofreram com as quedas como o setor bancário e o elétrico, e apostar em empresas de consumo e serviços, pode ajudar o investidor a melhorar a situação dos seus investimentos. Mesmo com a perspectiva pouco favorável para o PIB do 3ºtrim./13, da desaceleração econômica e da pressão sobre os mercados de câmbio, bolsa e juros, investir na Bolsa segue interessante para o médio e longo prazo. As projeções são melhores para o último trimestre do ano, o que deve favorecer ações dos setores citados.

Realizar operações estruturadas como Long&Short e financiamentos com opções sobre ações são excelentes para proteger seu capital e ainda garantir alguma rentabilidade.

Renda Fixa / Poupança

Os Fundos de Renda Fixa e a Poupança passaram o ano apanhando da inflação e por isso se mantiveram pouco atrativos para os investidores. Ainda assim, com a última alta da Selic e as perspectivas de novas altas, o investidor passa a olhar com mais atenção às aplicações beneficiadas pelo indicador.

Os investimentos atrelados ao CDI, que acompanha a taxa de juros, como os CDBs, Debêntures, LHs e LCIs, que tem o benefício da isenção do IR para investidores pessoa física, podem ter sua rentabilidade melhorada nos próximos meses. No entanto, é importante que o investidor calcule a rentabilidade real, já descontando IR, quando houver incidência, e a inflação do período. Em alguns casos, investir na Poupança pode ser mais vantajoso enquanto a Selic estiver acima de 9%. Fundos DI também devem ter sua rentabilidade melhorada, mas neste caso, além da inflação e do IR, o investidor precisa se atentar a cobrança da taxa de administração. As LCIs, com investimentos a partir de R$ 1.000,00, isenção de IR e sem incidência de taxas de administração, surgem neste cenário como as melhores opções de investimentos em RF para a sequencia deste ano.

Você deve ter percebido que não incluí o Tesouro Direto dentre as opções. Como este texto visa ajudar o leitor a melhorar a rentabilidade dos seus investimentos ainda em 2013, a incidência do IR afetaria negativamente as aplicações neste tipo de investimento para o período de 4 meses. Num cenário mais longo os títulos públicos aparecem como excelentes alternativas de investimento.

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Fundos

Investir em Fundos é sempre uma boa maneira de diversificar os investimentos e ainda contar com ajuda profissional para administrar os recursos investidos.

No entanto, com a enorme oferta de fundos disponíveis no mercado é importante que o investidor tome alguns cuidados antes de escolher onde investir. Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, atente-se a taxa de administração, não se esqueça de descontar o IR e a inflação e, muito importante, conheça o gestor do fundo. Procure investir nos fundos geridos pelos maiores e melhores gestores do país. Outro ponto importante é escolher o fundo de acordo com sua expectativa de aporte, prazo e conjuntura econômica.

Levando em consideração o cenário descrito neste texto, os Fundos de Curto Prazo, têm por objetivo reproduzir as variações das taxas de juros e das taxas pós-fixadas e os Multimercados, que têm maior liberdade na alocação de sua carteira, podendo atuar em diversas modalidades de investimento disponíveis, aparecem como as melhores opções. Segundo Luiz Oliveira, Diretor Comercial da HPN Invest, a empresa de assessoria distribui fundos dos perfis acima com aporte mínimo a partir de R$ 5 mil e rentabilidades superior a 5% no ano. Os Fundos Cambiais ainda podem render algo, mas é preciso tomar cuidado com a variação cambial, pois como o câmbio está muito esticado, correções podem ocorrer até o fim do ano.

Salvando o ano

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Recuperar a “rentabilidade perdida” ao longo dos primeiros 8 meses do ano em apenas 4 meses não será tarefa fácil nem para o mais experiente gestor de investimentos do mercado. No entanto, é absolutamente possível. Para isso, diversifique, crie estratégias para os mais variados cenários e mantenha-se atento para executar a estratégia no momento certo.

E lembre-se, sempre que precisar, busque ajuda qualificada de um profissional.

Tenha um bom fim de semana e ótimos investimentos.

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