CCR ganha força e anula perdas após suspeita de ganhos indevidos de R$ 2 bi

Empresa é a mais prejudicada com denúncia publicada no jornal Folha de S. Paulo; Arteris e Ecorodovias também operam em queda na Bovespa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio à realização de auditorias pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) concluindo que as concessionárias teriam um ganho indevido de R$ 2 bilhões em São Paulo com a cobrança de pedágios, as ações das empresas do setor registram desvalorização na Bovespa nesta sexta-feira (19).

As ações da CCR (CCRO3), chegaram a cair 3,18% no intraday, mas fecharam com perdas de 0,06%, aos R$ 17,29. Segundo a equipe de análise da Planner Corretora, seriam as mais afetadas por isso. De acordo com a corretora, o montante total em discussão representa 6,6% do valor de mercado da companhia (R$ 30,5 bilhões) e um trimestre inteiro de arrecadação de pedágio. A Ecorodovias (ECOR3-0,65%, R$ 15,20) e Arteris (ARTR3-0,54%, R$ 20,29), também registram baixas nesta sessão.

A notícia
Segundo a Artesp, realizou auditorias no contrato de concessões e concluiu que houve cobrança de pedágio acima do permitido no valor de R$ 2 bilhões até 2012, de acordo com artigo do jornal Folha de S. Paulo. Este valor corresponderia a três meses de arrecadação do pedágio.

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As concessionárias negaram o ganho indevido e disseram que os aditivos contratuais feitos em 2006 seguiram critérios técnicos. Contudo, conforme destacou a Folha de S. Paulo, uma eventual anulação dos aditivos contratuais assinados em 2006 poderia provocar uma queda na redução da tarifa de pedágio cobrada no estado.

A CCR teria o maior ganho com os aditivos: cerca de R$ 1 bilhão, de acordo com relatórios da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) que o jornal teve acesso. Ainda em 2013, a CCR chegou a entrar na Justiça para tentar impedir a revisão dos aditivos.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.