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SÃO PAULO – Ao analisar o comportamento vocal de um profissional, podemos ter uma dimensão de seu nível de estresse e do clima organizacional com o qual ele convive. Isso porque, de acordo com a fonoaudióloga Luciana Lourenço, gestora do departamento de Fonoaudiologia da Micelli & Associados – Medicina Ocupacional, as pessoas tendem a adequar a voz ao ambiente em que estão inseridas.
“Os indivíduos moldam a voz segundo a cultura da empresa, o segmento de atuação, o produto ou serviço com que lidam, enfim, a voz do profissional tem a cara da empresa”, analisa Luciana.
“Por meio da voz, expressamos nossos sentimentos. Podemos transparecer a insatisfação com o emprego, com uma pessoa ou mesmo com uma situação”. Ela cita um exemplo: uma pessoa aborrecida apresenta variação de entonação muito pequena, mantém um ritmo único ao falar e uma freqüência mais grave.
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Voz, personalidade e aceitação social
A fonoaudióloga afirma que a voz também é um fator de rejeição (ou aceitação) social, uma vez que ela é a responsável pelas impressões que o outro tem de nós. “O indivíduo com comunicação muito clara passa a impressão de ser seguro e competente, de ter conhecimento sobre um determinado assunto… Provavelmente, será um bom vendedor, por exemplo. Por outro lado, uma pessoa que articula as palavras exageradamente passa impressão de ser arrogante e, dificilmente, é aceita”.
Além disso, a voz é um recurso do marketing pessoal. “Por meio da voz, é possível obter favores, ser aceito. A forma como a pessoa se coloca, argumenta, a entonação e o ritmo conferidos na fala podem aprimorar um discurso”. Existe uma voz para cada situação: na cobrança, no momento de assumir um erro, na hora de pedir apoio. A maneira de usar a voz tem tudo a ver com inteligência emocional.
Luciana ainda garante que, a não ser que alguém tenha um controle muito grande sobre sua comunicação – o que é raro, pois, de forma geral, não prestamos atenção – revela-se muito, por meio da voz, sobre as condições de vida da pessoa, bem como suas influências. Não é à toa que pessoas mais inseguras tendem a utilizar um tom grave, atropelando as palavras, ao querer afirmar seu ponto de vista. O problema é que, ao falar dessa maneira, ela parece estar “atacando” as pessoas.
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A voz adequada
A melhor forma de se comunicar, na opinião da fonoaudióloga, é articulando de forma clara, sem utilizar esforço demais da voz, em um ritmo adequado e demonstrando abertura às opiniões alheias. Sem atropelar as palavras e demonstrando segurança, o poder de convencimento aumenta.
Para melhorar, nada melhor do que pedir feedback aos colegas, recomenda a especialista. Além disso, é possível gravar sua própria voz, em vídeo, fita ou CD, para escutá-la depois.