Voz da consciência ou chave da submissão: como você encara a culpa no trabalho?

Existem pessoas que 'martelam' no erro o tempo todo, enquanto outras a ignoram: o ideal é achar meio termo

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Sentimento que se aprende desde a infância, com o discernimento do certo e do errado. É a voz da consciência, mas pode ser a chave para a submissão e a falta de ética no trabalho. A emoção que se descreve é a culpa. De acordo com a psicoterapeuta Clarice Barbosa, existem diversas maneiras de encará-la no ambiente corporativo.

“O sentimento de culpa tem o lado positivo, não é só negativo. É ela que faz com que você reconheça os seus erros”, explica. Mas, para que isso aconteça, ela deve ser usada com uma dosagem certa. Como medir isso?

Faça uma auto-avaliação no trabalho e saiba reconhecer os erros. Identifique qual é seu grau de autocrítica e de perfeccionismo em relação ao trabalho e analise se está se auto-censurando demais, se cobrando além do que pode. Caso contrário, o papel dela em sua vida é realmente o da voz da consciência.

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Os extremos

Quem não consegue encontrar o meio termo acaba submetido aos extremos, que são o de se transformar em refém da culpa ou simplesmente esquecê-la.

No primeiro caso, as pessoas são assim: não se sentem no direito de reivindicar, de exigir mais, são masoquistas, trabalham mais do que deveriam para justificar o salário e sempre renunciam. “Esta pessoa é mais fácil de lidar, mas também de manipular. É mais passiva e não é tão ameaçadora”, conclui Clarice.

O outro lado é o profissional que simplesmente não sente culpa, que acaba por não reconhecer os erros, as atitudes e não percebe quando magoou ou ofendeu algum membro da equipe. “Ele é mais cruel, não reconhece as falhas e isso é terrível para um profissional”. Acaba, também, colocando um pouco a ética de lado. “Ele tem um objetivo e vai atrás dele com segurança, mas também não tem muitos critérios”.

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Desenvolvimento profissional

Para a psicoterapeuta Maura de Albanesi, a culpa pode estimular o crescimento profissional. “Sem o sentido de culpa jamais haveria a oportunidade da pessoa refletir e buscar melhorar. Portante, ciente do que fez, a pessoa dá o primeiro passo para corrigir o erro e evitar outros”, explica.

Ela alerta que a pessoa não deve deixar com que o sentimento fique ‘martelando’ na mente. “Embora não pareça, a culpa pode deixar a pessoa vulnerável a outros pensamentos negativos contra si mesmo. A pessoa deve analisar a oportunidade para analisar e consertar o erro”.