Você é caxias? Veja pontos positivos e negativos de ser assim

"Os caxias são quebradores de paradigmas. Às vezes, suas atitudes não têm como meta a promoção", diz palestrante

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Ele abre a porta para o gerente, dá o lugar para o chefe sentar (e prefere ficar em pé), se oferece para fazer o café. Os colegas não gostam dele. Nem mesmo o chamam para almoçar. E ainda por cima comentam: “Lá vem o puxa-saco!”. Esse perfil é apenas um dos três tipos de profissionais “caxias” que existem por aí, explica a psicóloga e consultora do IDORT/SP, Rosana Bueno.

O segundo tipo é aquele que não pensa em outra coisa senão crescer profissionalmente. Ele é tão focado em sua carreira que não compartilha dos anseios do grupo. Quando a empresa decide que todo mundo terá que trabalhar no feriado, ele não reclama, às vezes, fica até satisfeito, enquanto os outros protestam. Quando tem greve, é o único que vai trabalhar. “Esse profissional parte para o individualismo mesmo”, diz Rosana.

O último tipo é o proativo demais, tanto que não consegue trabalhar em equipe e acaba passando por cima dos colegas de trabalho, mesmo sem perceber. É quando o proativo passa a ser confundido com o intrometido.

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Por que as pessoas são caxias?

O primeiro perfil, o do puxa-saco, na verdade, peca pelo excesso de gentileza. Ao contrário do que parece, não é individualista e, muitas vezes, não está preocupado em ser promovido. Agir de maneira educada faz parte de sua personalidade, não só na esfera profissional como também na pessoal. “As pessoas olham aqueles que conhecem as regras de etiqueta profissional como caxias e os rejeitam”, revela Rosana.

Já o proativo desconhece que proatividade tem limite. “Ele diz sempre: deixa que eu vou, deixa que eu faço, já adiantei o trabalho. É o famoso intrometido. Na cabeça dele, precisa ser proativo, mas, por conta de suas atitudes, é malvisto pelos colegas, que acabam por boicotá-lo no dia-a-dia, prejudicando seu desempenho profissional”.

De acordo com o administrador e palestrante Jerônimo Mendes, autor do livro “Oh, Mundo Cãoporativo!”, publicado pela editora Qualitymark, os caxias são quebradores de paradigmas. Às vezes, suas atitudes não têm como foco o crescimento profissional. “Depende da história pessoal de cada um, da cultura. Todos nós temos uma maneira de ver o mundo”.

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Para ele, o caxias é visto como diferente, mas a individualidade das pessoas deve ser respeitada. “É muito mais fácil rotular do que extrair uma leitura completa”, diz ele.

Pontos positivos e negativos

É bom ou ruim ser caxias? Para Rosana, isso depende do chefe. Não há dúvida de que o caxias acaba se destacando da equipe, chamando a atenção de todos, mas, não necessariamente, ele é valorizado. Há chefes que não vivem sem o caxias, mas, no fim das contas, acabam promovendo o profissional mais crítico, deixando o “bonzinho” de escanteio.

Segundo a consultora do IDORT/SP, há dois olhares diferentes da liderança sobre os caxias. “Se o líder observar a situação com foco na pessoa do caxias, certamente vai valorizá-lo! Mas se o foco dele for a equipe, irá ver o caxias como alguém que desagrega o grupo ou que é desagregada do grupo. Além disso, pode ver com desconfiança o excesso de gentileza e proatividade”.

Isso significa que o caxias corre o risco de ser visto como interesseiro não só pelos colegas como também pelo próprio chefe. Isso sem falar que são grandes as chances de
os colegas de equipe boicotarem o caxias, prejudicando-o profissionalmente. “O grupo pode não ajudar, não passar trabalhos. É uma linha muito tênue”, diz ela.

Para Mendes, o lado bom de ser caxias é que se trata de uma pessoa em quem a empresa pode confiar, comprometida com a empresa, muitas vezes assídua, pontual e entendida da alma do negócio. O lado ruim é que esse tipo de profissional sempre vai sofrer, porque as pessoas ao redor nunca irão entender suas atitudes. “Dá a entender que quer aparecer mais do que os outros”, finaliza ele.

Networking

Do ponto de vista do networking, tão importante nos dias de hoje, determinadas atitudes do caxias são “péssimas”, nas palavras de Rosana. Isso porque, no futuro, o profissional poderá ficar desempregado e precisar de indicações para retornar ao mercado de trabalho. Mas será difícil que um antigo colega de trabalho o indique, justamente por conhecer seu jeito de trabalhar.

“As pessoas irão lembrar do caxias por isso. Além disso, o mercado de trabalho é pequeno e as chances são grandes de voltarmos a trabalhar com ex-colegas. Às vezes, na ânsia de crescer, passamos por cima dos outros sem perceber e acabamos cavando a própria cova. Tem uma frase famosa que diz: sozinhos chegamos mais rápido, mas juntos chegamos mais longe”, completa Rosana.