Vida profissional: satisfação com salário depende do quanto colega ganha

Segundo pesquisa, entre homens, satisfação é maior quando se ganha mais do que colegas do que quando se ganha muito

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A satisfação que os profissionais sentem em relação ao próprio salário depende do quanto seus colegas de trabalho ganham, revelou pesquisa realizada por cientistas e economistas da Universidade de Bonn, na Alemanha. O estudo pretendia analisar como funciona a mente do “homo oeconomicus”.

Os dados, coletados por meio de questionário e análise de atividade cerebral de 38 profissionais, mostraram que eles se sentem melhor ao ganhar mais que os colegas do que ao ganhar muito. Divididos em pares, os participantes responderam às perguntas separadamente. Para cada resposta certa, ganhavam uma recompensa em dinheiro, que variava de 30 a 120 euros.

Ganhar mais

A pesquisa mostrou que a área do cérebro responsável pela satisfação era ativada quando os participantes respondiam certo e acumulavam dinheiro. “Nesta área, observamos maior atividade quando o jogador acerta”, disse o representante do grupo de NeuroCognition Imaging do Life&Brain Institute, Bernd Weber.

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Em contraposição, quando ele errava, a atividade diminuía. Para os pesquisadores, a agitação era maior, no entanto, quando o par não acertava a questão. “A atividade da parte cerebral era maior em um participante quando ele acertava a questão e o outro errava”, afirmou o colega de Weber, Dr. Klaus Fliebach.

Outra constatação importante para a conclusão do estudo foi que, se os participantes recebiam a mesma quantia, a parte do cérebro responsável pela satisfação se ativava moderadamente, mas, se um deles ganhava mais, a atividade aumentava consideravelmente.

Homens gostam de competição

A pesquisa contradiz a teoria tradicional da economia. “A teoria assume que o único fator importante é o tamanho do salário e que a comparação com outras pessoas não tem nenhuma relação com a motivação econômica”, disse o professor doutor Armin Falk, da Universidade de Bonn.

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“Os homens, pelo menos, são motivados pela competição”, revelou Weber. A pesquisa será feita com mulheres, para saber se os resultados também podem ser atribuídos a elas.