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SÃO PAULO – Os negócios exigem e muitos profissionais não resistem: viajam a todo o momento. Seja para participar de reuniões, seja para dar treinamento, seja para fechar negócios, eles não pensam duas vezes, antes de pegar o avião ou entrar no carro, para partir para uma longa jornada. Apesar de vantajoso para a empresa, a prática tem efeitos negativos para a saúde física e mental do turista.
De acordo com a vice-presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Sâmia Simurro, as viagens exigem que os profissionais fiquem em alerta a todo o momento, para não perder o vôo, à espera, porque a partida atrasou, e atentos ao horário. “É claro que não são só oito horas que o profissional trabalha e o desgaste físico e mental é maior”, disse.
São muitas horas de tensão extra sobre assuntos que não estão diretamente ligados ao trabalho. Muitas viagens podem agravar o estresse. “Você fica confinado por muito tempo e é desconfortável”.
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Hábitos ruins
Sem falar nos hábitos ruins adquiridos pelos profissionais, que chegam ao destino e sequer descansam para entrar em uma reunião. Ficam o dia inteiro em atividade e também não descansam antes de voltar para a casa. Outros, que irão dormir na cidade visitada, já que não vão voltar no mesmo dia, ficam muito tempo no trabalho e isso os sobrecarrega.
Mudar de local em excesso ainda tem um ponto negativo que é o jet lag, desconforto devido ao fuso horário. “Ele leva à sonolência, problemas de concentração, intestinais e enjôos. Muitas pessoas se sentem cansadas porque muda o ritmo biológico constantemente”. Ainda é possível desenvolver insônia. O indicado, neste caso, é levar sempre o próprio travesseiro.
Para quem viaja de carro, existe a tensão pela estrada, que nem sempre está em boas condições e necessita de mais atenção. Sujeito ao confinamento, ao deslocamento e a ter de ficar mais horas à disposição da empresa, esse profissional tem uma maior tendência de desenvolver o estresse.
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Aspectos físicos
Submetido ao estresse, o organismo diminui sua capacidade de defesa. Se entrar em contato com pessoas de outra região, o profissional fica suscetível a pegar doenças como, por exemplo, a febre amarela. Para evitar doenças típicas do viajante, as infectologistas do Hospital Nossa Senhora da Graça, Maria Inês Domingues e Viviane Carvalho Hessel Dias, dão as seguintes dicas:
- Nunca se banhar em pontos impróprios da praia ou rio;
- Beber líquidos enlatados ou engarrafados abertos somente na hora do consumo;
- Não utilizar gelo na bebida – a não ser que tenha certeza de que foi feito com água tratada;
- Evitar alimentos crus e preferir frutas que possam ser descascadas;
- Evitar sair nas ruas em horas de maior circulação de mosquitos – início da manhã e final da tarde;
- Usar roupas claras de mangas compridas e calçados fechados;
- Usar repelente com DEET (dietiltoluamida), que possui baixa toxidade;
- Tomar as vacinas necessárias, se for viajar para áreas de risco.
Planeje a viagem
De acordo com Sâmia, os turistas de negócios devem planejar a viagem, para que possam se adaptar ao local, antes de começarem a trabalhar, e para que tenham um tempo de repouso, antes de retornarem. Evite viajar muito e use ferramentas como o conference call, que são úteis. Tenha um kit viagem, com o travesseiro que pretende usar e a máscara de olhos, para poder dormir confortavelmente no trajeto.
Sâmia ressaltou que as pessoas que têm estilo de vida saudável – alimentação balanceada, equilíbrio emocional e praticam atividade física – possuem uma melhor condição para lidar com situações como esta, de viagem excessiva. “Porque eles têm mais energia e maior resistência física e mental”, completou.