Vampiros organizacionais: saiba como evitá-los e mantenha sua disposição

Conhecidos por esgotar os profissionais, 'vampiros' podem desmotivar equipes e tumultuar ambiente organizacional

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Se você pensa que está livre do universo dos vampiros, simplesmente por não estar lendo nenhum conto de Bram Stoker ou da Anne Rice no atual momento engana-se, mais ainda se estiver no ambiente de trabalho. O assunto pode até parecer brincadeira, mas trata-se da mais pura verdade, afinal, não é de hoje que os vampiros começaram a circular nas empresas. Por isso, não se assuste se, ao terminar de ler essa reportagem, você se deparar com um “vampiro corporativo” nos corredores da empresa em que atua.

E fique atento! Se isso de fato ocorrer, não vá esperando uma capa preta e longos dentes afiados, pois a aparência deste ser “de outro mundo” está mais para a de qualquer outro colega. A diferença, no entanto, ficará evidente somente no comportamento deste profissional, que, em vez de chupar o sangue de sua vítima, esgotará a energia dos demais colaboradores de tanto reclamar, reclamar e reclamar.

“Reconhecer essas pessoas é fácil. Elas têm um perfil negativo e passam o tempo todo reclamando não apenas da vida pessoal, mas de diversos aspectos da empresa. São colaboradores amargos, que não conseguem enxergar nada de bom”, diz a consultora de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Karla Mara Alves de Oliveira.

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Como agem?
Enquanto algumas pessoas fazem piadinhas sarcásticas, outras são mais grosseiras. Contudo, de forma geral, todas acabam agindo com um certo charme, que acaba envolvendo os profissionais mais fracos, os quais, consequentemente, caem em seu discurso. E como diria Karla, o problema de pessoas assim é que normalmente elas costumam ‘contaminar’ os demais.

“Se o vampiro tem um poder de liderança maior diante de um grupo, ele influencia os demais com suas ideias e é nessa hora que o gestor precisa intervir, para não ter os resultados de sua equipe afetados”, diz.

Sai, coisa ruim!
Mas como fazer isso com eficácia? Bom, é certo que nem mesmo os mais belos crucifixos, as réstias de alho e até mesmo os pequenos potes de sal dispostos sobre a mesa do trabalho poderão salvar os mais supersticiosos. Quem dirá então os mais céticos. Por isso, a dica é não hesitar e, identificado o problema, cortar o mal pela raiz – se afastando, é claro.

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“O primeiro passo é explicar ao profissional que ele está sendo inconveniente com suas reclamações. Caso o colega não tenha tanta liberdade para tal comentário, a recomendação é que ele se afaste e passe a não dar tanta “trela” para as conversas do tal vampiro”, explica a consultora de transição de carreiras da De Bernt Entschev Human Capital, Ordália Segalovich.

Segundo ela, se nada disso funcionar, aí então, é hora de colocar as ‘manguinhas’ de fora. “Se as reclamações sobre a empresa continuarem, sugira que o profissional transmita as próprias queixas ao gestor ou ao departamento de recursos humanos, em vez de fazê-las à você”, recomenda Ordália.

O problema é o gestor?
Mas, se o problema for com o gestor, aí a coisa se complica, afinal, quando o mau comportamento vem de cima, ele costuma afetar toda a equipe e comprometer os resultados.

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“A equipe é um reflexo da liderança. Muitas vezes demitem um empregado, quando, na verdade, o problema é o líder”, diz a consultora de Recursos Humanos, Maria Bernadete Pupo.

Para ela, a melhor maneira de resolver uma situação na qual o gestor é o problema é tentar uma conversa franca com a chefia. “O colaborador pode manter um diálogo com seu gestor para tentar solucionar o impasse”, diz.

Mas, se nada disso resolver o problema e o profissional perceber que na organização em que trabalha não existe a possibilidade de uma conversa com seu supervisor, a área de recursos humanos será a segunda melhor opção para fazer tal queixa de comportamento.

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Lembrando que, na ausência de soluções, buscar uma recolocação no mercado de trabalho poderá ser a melhor saída.