Vaga em aberto: promover alguém de dentro ou trazer alguém de fora?

"Promoção é motivação não só para quem está sendo promovido, mas para os colegas", diz coordenador da Catho

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A vaga está em aberto. O líder que a ocupava teve de sair da empresa, seja porque encontrou um outro posto no mercado de trabalho ou porque não estava respondendo ao que era esperado. Diante desta situação, fica a dúvida: trazer alguém de fora ou promover uma pessoa de dentro da equipe?

De acordo com o coordenador da área de Vagas Premium da Catho, Adeilson Souza, o mais indicado é que se invista nos profissionais que estão na equipe. Trazer alguém de fora deve ser sempre a segunda alternativa. “A promoção é uma motivação não só para quem está sendo promovido, mas para os colegas, que sabem que naquela empresa têm chance de crescimento”.

Na mesma linha de pensamento, trazer alguém de fora pode gerar desmotivação. Imagine a situação de quem está cobiçando a vaga há tempos, se esforçando para alcançá-la e vê alguém de fora a ocupando.

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Trazer de fora

Um momento em que ele disse que é importante trazer alguém de fora é somente quando não houver nenhuma pessoa da equipe com a capacidade de liderar. “As pessoas que estão na área já têm conhecimento do processo, mas existem as mais operacionais, que só sabem executar, não liderar. Se não encontra uma pessoa que lidere, aí sim vale trazer alguém de fora”.

Mesmo porque trazer alguém de fora é mais caro, uma vez que existe todo o processo burocrático e ainda os gastos com seleção.

Em relação ao momento de adaptação dos profissionais, Souza afirmou ser o mesmo para quem vem de fora ou está dentro da equipe. “A adaptação, independentemente se a pessoa vem de fora ou se ela for promovida, demora uns três meses”, explicou.

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Mudança de cenário

Souza disse que hoje as empresas costumam mais investir nos profissionais de dentro da equipe, para que ocupem as posições de liderança quando acontece um desfalque. Até oito anos atrás, de acordo com ele, a realidade não era a mesma e as empresas nacionais sempre buscavam outras pessoas para ocuparem a vaga.

“As multinacionais trouxeram de fora essa cultura de promoção e as empresas brasileiras copiaram, como copiam tudo o que dá resultados. Acho que isso é um motivo para muitas empresas contratarem jovens, porque eles têm uma longevidade”, disse Souza.

Em momentos de crise, nos quais as empresas passam por um período de ajustes, ele disse acreditar que o investimento em profissionais de dentro da empresa deve se acentuar. Isso porque o fator humano é o melhor investimento para a retomada de crescimento diante da crise, nas palavras do coordenador da Catho.

Para não errar…

Segundo o headhunter da JUNTO Fast Recruitment, Ricardo Nogueira, o que a empresa tem de fazer, para não errar na decisão, é escolher a pessoa que tem as experiências, competências e inteligências com total aderência às necessidades que a vaga requer. O processo, então, só será prejudicado se a empresa não souber do que precisa.

Questionado sobre qual a alternativa mais indicada, ele disse: “Tudo depende da cultura da empresa, como ela vê um plano de carreira para os seus colaboradores. Quando a empresa decide trazer alguém de fora, é porque de fato esta posição requer outro tipo de know-how, talvez uma oxigenação, sangue novo”, disse ele.