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Trabalho no exterior: este é o momento para voltar ao Brasil?

Um dado que joga a favor da decisão de voltar é o que diz que mercados emergentes são mais promissores

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Com a crise financeira, muitos brasileiros que trabalham ao redor do mundo temem pela perda de emprego. E não é por menos. Devido à desaceleração da economia global, empresas ameaçam demitir, e em países que eram tidos como seguros para o trabalho.

Os Estados Unidos e o Reino Unido são exemplos disso. Estudo realizado pelo instituto de pesquisas norte-americano Pew Hispanic Center revelou que a participação dos imigrantes latinos na força de trabalho dos EUA caiu por conta do novo cenário.

No Reino Unido, o ano de 2009 será o mais difícil para o mercado de trabalho das últimas duas décadas, e a maior parte dos cortes será feita entre o Natal e a Páscoa, de acordo com o Instituto de Recursos Humanos e Desenvolvimento (CIPD, na sigla em inglês).

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Diante destes dados, bate aquela insegurança nos brasileiros que estão em outros países: meu emprego é o que mais corre risco? Devo voltar? O que ponderar para tomar esta decisão? Para ajudar, o portal InfoMoney contatou alguns especialistas no assunto. Confira as respostas.

Executivos

De acordo com o diretor geral da Robert Half, Ricardo Bevilacqua, 2009 é um ano de muitas incertezas, mesmo porque é um período de inversão de tendências: se, no passado, muitos executivos iam para fora do País em busca de oportunidades, hoje, eles estão voltando.

“Muita gente do mercado financeiro que trabalhava nos Estados Unidos e na Europa está retornando para o Brasil, querendo trabalhar no País e sabendo que, nos próximos cinco anos, ele terá melhores condições de trabalho”, afirmou Bevilacqua.

Questionado sobre o que os executivos devem ponderar para tomar essa decisão de voltar para o Brasil, ele disse que são os seguintes itens: potencial de crescimento do País, poder de influência dele no mercado em que atua e a capacidade que o executivo terá de gerar resultados.

“Avalie se, no Brasil, terá condições de ter um bom trabalho e uma carreira mais interessante”, orientou o especialista.

Sem escolha

Existem profissionais que estão na berlinda. Isso significa que correm o risco de serem demitidos por causa da nova situação global, que é de economias em recessão em muitos países.

Para estes profissionais, a dica do presidente da JUNTO Fast Recruitment, Ricardo Nogueira, é fazer um estudo aprofundado sobre os diferentes mercados/países, analisando os prós e contras de cada um deles, para poder decidir aonde ir.

Mas, antes, tenha certeza de que seu emprego corre risco. De acordo com Nogueira, não são somente os profissionais estrangeiros que são cortados em momentos de crise. Ao contrário do que muitos pensam, não é a nacionalidade, mas a capacidade de atuação que conta mais nesse período.

“Cortes ocorrem por diversos motivos, inclusive sinergias. Aqui no Brasil, por exemplo, temos muitos expatriados em posições de média e alta gerência, que não foram considerados para listas de corte. O brasileiro lá fora tem o mesmo tratamento. Independentemente da nacionalidade, vale o talento e o poder de entrega de cada um”, explicou.

Lar doce lar

Um dado que pode facilitar a decisão da pessoa que está trabalhando fora do Brasil e pensa em voltar é o que diz que o País tem condições favoráveis de emprego.

Executivos de todo o mundo consideram, predominantemente, as economias em desenvolvimento mais favoráveis e com mais oportunidades para se trabalhar, em detrimento das desenvolvidas, como a dos Estados Unidos, da Europa ou do Japão, revelou levantamento do Instituto Korn/Ferry.

Entre os entrevistados, 64% apontam os países do BRIC (sigla para o Brasil, a Rússia, a Índia e a China) como os que possuem as melhores oportunidades de crescimento profissional. No caso dos EUA, esse percentual é de 22%. Apenas 9% escolheram economias como a da Europa Ocidental e a do Japão.

Mas cuidado com a visão muito positiva do Brasil. De acordo com Bevilacquam, pelo menos entre executivos, “em 2009, a maior parte das contratações vão ser de substituição, e não de abertura de novas vagas”.