Trabalho em excesso pode causar depressão, diz estudo

Pesquisa acadêmica revela que profissionais que trabalham além de 11 horas por dia tendem a manifestar transtornos depressivos

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – O excesso de trabalho pode trazer consequências desastrosas à saúde mental dos aos profissionais. Ao menos é isso o que defende um recente estudo acadêmico publicado pela Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma, na Itália.

De acordo com o levantamento, que conta com a autoria dos pesquisadores Mariana Virtanen, Stephen A. Stansfeld, Rebecca Fuhrer, Jane E. Ferrie e Mika Kivimäki, os empregados que trabalham em excesso podem ter mais predisposição a transtornos depressivos. E ao que parece, a situação pode ser pior entre os trabalhadores que têm carga horária de mais de 11 horas por dia.

“Em um levantamento com canadenses, identificamos mais episódios depressivos entre as mulheres que realizavam uma carga horária de 41 horas semanais do que entre os homens que faziam o mesmo horário. O percentual também foi maior se comparado ao de outros profissionais que tinham uma jornada semanal de 35 a 40 horas”, argumenta Mariana.

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Efeito diverso
Segundo ela, as longas jornadas de trabalho podem afetar a saúde mental dos profissionais, justamente por trazer conflitos e dificuldades àqueles que não conseguem tempo para se descontrair após o trabalho.

E neste quesito, apesar de as mulheres serem notadamente as mais prejudicadas, os homens também são afetados por tanto trabalho.

Mas nem sempre é possível estabelecer um padrão de ação para definir como o trabalho em excesso pode interferir e prejudicar uma pessoa, já que a reação de cada uma delas ao meio costuma ser diferente. “Até o momento, a etiologia exata da depressão não é conhecida, mas sabemos que é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, biológicos e psicossociais”, explica a pesquisadora.

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Por isso, não é de se estranhar que a pesquisadora defenda a realização de outros estudos complementares que possam ajudar a reduzir o risco de depressão na população trabalhadora. Para isso, ela propõe inclusive pesquisas que possam contribuir com a redução da carga horária dos profissionais em busca de uma melhor qualidade de vida.