Trabalhadores paulistas perderam renda em dezembro, diz Seade/Dieese

Com queda de 0,4% sobre novembro, renda média dos ocupados chegou a R$ 1,013 mil no final de 2004

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A redução na taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo de 17,1% para 16,7% da População Economicamente Ativa (PEA), em janeiro, não incorreu em ganhos salariais para os trabalhadores.

Em dezembro de 2004, o rendimento real médio do total de ocupados caiu 0,4% frente ao mês de novembro e ficou em R$ 1,013 mil. Na comparação anual, com dezembro de 2003, a queda é mais intensa, de 4,4%.

Divulgada nesta quarta-feira (23), a informação faz parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), em parceria com a Fundação Seade. Vale lembrar que os salários analisados se referem a dezembro, mas foram pagos em janeiro.

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Queda anual foi mais intensa no mercado informal

De acordo com a pesquisa, a diminuição nos rendimentos dos trabalhadores foi maior entre os assalariados com carteira de trabalho assinada, cujos ganhos mensais caíram 2,1% em relação a novembro e não passaram de R$ 1,115 mil. Já os trabalhadores sem carteira profissional aumentaram 1,1% seu poder aquisitivo, recebendo, em média, R$ 655 como salário de dezembro.

A trajetória decrescente se repetiu entre os profissionais autônomos, que perderam rendimentos na comparação mensal. Com oscilação negativa de 0,5%, as perdas da categoria levaram a uma remuneração de R$ 729.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, os autônomos ganharam poder aquisitivo. Neste caso, a elevação foi de 0,3%, sendo que em dezembro de 2003 sua renda mensal estava em R$ 728. Em contrapartida, os assalariados com carteira assinada perderam 2,8% de rendimentos ao longo do ano, e o assalariados informais protagonizaram queda mais intensa, de 5,3%.

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Comércio é destaque negativo

Ao se considerar os setores da economia, a diminuição no rendimento médio real dos trabalhadores do comércio, que paga os piores salários do mercado, foi de 0,8% frente a novembro. Os ganhos de dezembro ficaram em R$ 763. Sobre dezembro de 2003, a queda foi de 0,5%.

Já o setor de serviços foi o que mostrou maior performance negativa na análise mensal, perdendo 1,4%, fechando dezembro com rendimento médio de R$ 1,028 mil. A mesma categoria reduziu a renda dos trabalhadores em 0,9% na comparação com dezembro de 2003.

Por sua vez, a indústria pagou salários de R$ 1.124, o que representa queda de 0,5% na comparação com novembro. Embora responda pelos maiores rendimentos da economia, a indústria é o setor com redução de ganhos mais intensa ao longo do ano, desvalorizando 6,7%. Em dezembro de 2003, os salários médios do segmento eram de R$ 1,204 mil.

Mulheres ainda ganham bem menos que os homens

Segundo a pesquisa do convênio Seade/Dieese, em dezembro as mulheres ganharam o equivalente a 66,8% dos salários pagos aos homens. Esta porcentagem é ainda menor que a verificada em novembro, quando estava em 66,3%.

No período do levantamento, o rendimento médio dos homens correspondeu a R$ 1,193 mil, queda de 0,8% sobre novembro, e o das mulheres foi de R$ 796, com leve redução de 0,1%. Em relação a dezembro de 2003, as quedas foram de, respectivamente, 6,2% e 0,8%.