Total de agentes autônomos no Brasil cresce 50% desde o fim de 2019

De janeiro a abril deste ano, 1.616 novos profissionais foram credenciados, o que elevou o total a 14.400. Entenda o papel desse assessor de investimentos

Mariana Segala

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SÃO PAULO – Não foi só o número de investidores que deu um salto nos últimos anos. Também cresceu – e muito – a quantidade de profissionais que os atendem. O mês de abril terminou com 14.400 agentes autônomos credenciados, segundo dados da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord). O número considera apenas os cadastros como pessoas físicas, e não os escritórios.

Foram 1.616 novos agentes autônomos inseridos no sistema nos primeiros quatro meses do ano – pouco mais da metade dos novos credenciamentos registrados durante 2020 inteiro, que haviam somado 3.179 e havia sido recorde.

Em relação a dezembro de 2019, o número atual de agentes autônomos credenciados cresceu 50%. Na comparação com dezembro de 2018, quando havia apenas 6.634 profissionais cadastrados, o avanço chega a 117%.

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“O aumento expressivo já vinha acontecendo há alguns anos, mas deslanchou mesmo desde o início da pandemia”, diz Orlando Júnior, responsável pela área de certificação e credenciamento de agentes autônomos da Ancord. “As taxas de juros caíram e os investidores tiveram de procurar alternativas. Com todo mundo dentro de casa, acessando conteúdos online de forma ativa, o mercado financeiro chamou atenção e os agentes autônomos também ganharam visibilidade”.

Daqui para o fim do ano, as expectativas são altas: Orlando Júnior acredita que outros 5 mil a 6 mil agentes autônomos sejam credenciados.

Esse movimento, na visão do mercado, deve se estender além. “Considerando que um agente autônomo atende de 80 a 100 clientes, deverá haver demanda para cerca de 30 mil a 40 mil novos agentes autônomos no horizonte dos próximos cinco anos”, avalia Caio Peres, head de expansão da XP, que detém contratos com cerca de 80% desses profissionais no país.

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Embora o regramento permita que os agentes autônomos se credenciem apresentando diploma de Ensino Médio, todos os novos profissionais cadastrados neste ano têm pelo menos Ensino Superior completo. Segundo a Ancord, 72% deles fizeram faculdade, 23% têm pós-graduação, 4% cursaram mestrado e cerca de 1% chegaram ao doutorado ou pós-doutorado.

Papel do agente autônomo

Dos agentes autônomos credenciados atualmente, 11.406 – ou 80% – estão vinculados a uma instituição financeira. Significa que eles são os que efetivamente estão em atividade. Segundo as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os agentes autônomos são prepostos de corretoras e distribuidoras e só podem atuar se estiverem ligados a uma delas.

O papel do agente autônomo, conforme explica a CVM, é prospectar e captar clientes para as instituições financeiras, além de receber e registrar ordens de investidores e prestar informações sobre os produtos oferecidos.

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Segundo a autarquia, agentes autônomos não podem realizar serviços de administração de carteira, consultoria ou análise de valores mobiliários. Também não é permitido que usem senhas de utilização exclusiva dos clientes para o envio de ordens, nem que produzam e enviem para os clientes extratos contendo informações sobre as operações realizadas ou posições em aberto.

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A CVM orienta que, antes de investir por meio de um agente autônomo, o investidor deve verificar se ele é credenciado e contratado pela corretora ou distribuidora por meio da qual pretende aplicar seus recursos. Isso pode ser feito por dois caminhos: no site da própria CVM ou no site da Ancord, no item “Consulta Pública”.

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“Além disso, o investidor precisa estar consciente que o AAI não é um consultor de valores mobiliários”, frisou a autarquia. “Ainda que tenha entre as suas atribuições a função de prestar informações sobre os produtos de investimento, ele é um representante das instituições financeiras. O investidor deve estar ciente de que precisa refletir sobre as informações e tomar suas próprias decisões de investimento”.

Para Peres, da XP, existe uma diferença grande entre auxiliar uma pessoa a tomar uma decisão de investimento e decidir por ela. “O novo investidor quer dar mais um passo, e para isso precisa ter um entendimento completo dos produtos financeiros. É assim que o agente autônomo se posiciona, auxiliando na compreensão dos clientes”.

A agenda regulatória da CVM para 2021 prevê a realização de audiência pública sobre a regulação da atividade dos agentes autônomos, porém ainda não há uma data definida para que aconteça.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney