Concurso da CVM: inscrições terminam hoje; confira plano de estudos para a reta final

Provas serão realizadas em 26 de maio para 60 vagas com remuneração inicial de R$ 20.924

Maria Luiza Dourado

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Termina nesta quarta-feira (6), às 16h, o prazo de inscrição no concurso público de nível superior da Comissão de Valores Mobiliários (CMV), que vai selecionar 60 posições no quadro técnico da reguladora do mercado de capitais brasileiro. A seleção ocorre 13 anos depois do último concurso público da agência reguladora, realizado em 2010.

Serão 20 novas posições de inspetor e 40 de analistas. Ambos os cargos têm remuneração mensal inicial de R$ 20.924,80. Para se inscrever, o interessado deve acessar o site dedicado a seleções da banca organizadora do processo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é de R$ 145,00. Informações sobre isenção de pagamento podem ser consultadas no edital do concurso. Quem for aprovado na seleção terá de comprovar formação superior.

Estrutura do concurso

O concurso será realizado no dia 26 de maio, em duas fases:

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Prova objetiva

A prova objetiva será composta por 110 questões de múltipla escolha, todas com cinco alternativas e apenas uma resposta correta, sendo 40 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos. Cada questão vale um ponto.

Prova discursiva

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A prova discursiva será constituída de duas questões, a serem respondidas em até 30 linhas cada, valendo 20 pontos cada.

Atenção: exclusivamente para a posição de “Inspetor – Contabilidade e Auditoria (Perfil 3)”, a prova discursiva será constituída de três questões, a serem respondidas em até 30 linhas cada. A questão 1 valerá 20 pontos, enquanto as questões 2 e 3, dez pontos cada, totalizando 40 pontos. Exclusivamente para esta posição, a terceira questão abordará conteúdo de língua inglesa.

Como me preparar?

Há 79 dias do concurso, o candidato que não começou a estudar deverá correr contra o tempo, segundo especialistas consultados pelo InfoMoney. Isso porque, além das cinco matérias de conhecimentos básicos – Língua Portuguesa, Estrutura do Mercado de Valores Mobiliários (MVM), Fundamentos de Direito, Fluência em Dados e Raciocínio Lógico -, ainda será necessário estudar de três a seis matérias específicas, a depender de cada posição. As disciplinas específicas, que variam de acordo com a posição de interesse, podem ser encontradas na seção “9.6 DA PROVA OBJETIVA”, no edital. Todo o conteúdo cobrado em cada disciplina encontra-se no “ANEXO I – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO”.

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Pensando em auxiliar quem se inscreveu “aos 45 minutos do segundo tempo”, especialistas ouvidos pelo InfoMoney estruturaram dois planos de estudos que podem se adequar a quem está concorrendo a vaga de inspetor e aos interessados em alguma das posições de analista.

Plano de estudos I

Matérias específicas primeiro

Começar o estudo pelas matérias específicas também é a orientação de Eduardo Cambuy, professor do Gran e especialista em aprendizagem, considerando que elas têm a maior proporcionalidade nas provas – são 40 questões de conhecimentos básicos contra 70 de específicos, que também são tema da prova discursiva. “Se você tem pouco tempo para estudar, como cinco horas diárias, separe cerca de 80% do tempo para as matérias específicas e destine os outros 20% para o conhecimento básico”, diz.

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Outra possibilidade levantada pelo especialista é estudar primeiro todas as disciplinas específicas “Adiantar o máximo possível o estudo das matérias cujas questões têm uma proporção melhor faz sua hora de estudo valer mais”, complementa.

Metodologia

Quanto à metodologia de estudo, existem três principais: alternância de disciplinas, uma disciplina por dia ou espaçamento. “Sugiro que o candidato experiente nesta ordem porque, estatisticamente, esta é a ordem de melhor assimilação. Primeiro alterne matérias – estude uma disciplina durante uma hora, depois troque e vai alternando. Não está pegando ritmo? Estude uma matéria por dia. Por último, se der errado, você vai pras espaçadas – você estuda o conteúdo inteiro de uma matéria durante alguns dia e só troca quando tiver terminado”, aconselha.

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Eliminação de matérias

Em cada especialidade existe uma matéria mais “temida”, mas isso não significa necessariamente que ela deverá ser priorizada, segundo Cambuy. Primeiro é preciso entender se a matéria terá uma quantidade relevante de questões e o tempo de estudo que demandará. “Se tiver menos questões, mesmo sendo temida, não é necessário priorizá-la neste momento. Priorize outras, com peso maior. Além disso, avalie o tempo de estudo que a disciplina temida demandará. Eu travo nessa matéria ou não?”, diz o especialista.

Revisão

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Sobre a revisão, a aprendizagem deve ditar a frequência. “Está com a lembrança do conteúdo? Aproxime (a frequência) das revisões. Está com o conteúdo mais assimilado? Espaçe um pouco mais as revisões”, aconselha Cambuy.

Plano de estudos II

Nesta reta final, o estudo deve ser estratégico. É o que explica o professor Carlos Roberto, da Estratégia Concursos. “Comece pelos conteúdos que são mais cobrados pela banca. Depois vá para os assuntos com menor percentual estatístico de cobrança nesses concursos”, pontua.

Outra dica é estudar as matérias que o candidato sente segurança pelo material de revisão. “Esse tipo de material é melhor nessa fase porque o estudo será mais objetivo. Mas atenção: essa estratégia deve ser aplicada para disciplinas que o candidato já teve contato e já tem noção. Por exemplo, se você nunca teve contato com ‘fluência em dados’, sugiro que estude essa disciplina no curso regular”, explica.

O professor indica que o candidato cumpra oito horas líquidas de estudo diário. “Falando em tempo de estudo, vale a regra do ‘quanto mais, melhor’. Obviamente, cada candidato conhece o seu limite e é importante respeitá-lo. Contudo, não se pode distanciar dele. Deve-se ter em mente que estamos diante de um dos concursos mais técnicos do país, com assuntos que não se aprende de uma hora para outra”.

A sugestão de calendário de estudos personalizável do professor Carlos Roberto, com a sugestão de quatro disciplinas por semana:

DIADISCIPLINA + TEMPO DE ESTUDO SUGERIDO ONDE COMECEIONDE PAREI
Segunda-feiraFundamentos de Direito (330 minutos)
+
Raciocínio Lógico (150 minutos)
Terça-feiraFluência em Dados (330 minutos)
+
Estatística (150 minutos)
Quarta-feiraFundamentos de Direito (330 minutos)
+
Raciocínio Lógico (150 minutos)
Quinta-feiraFluência em Dados (330 minutos)
+
Estatística (150 minutos)
Sexta-feiraFundamentos de Direito (330 minutos)
+
Raciocínio Lógico (150 minutos)
SábadoRevisão (novos conteúdos e conteúdos já estudados) + treino de uma questão discursiva
DomingoRevisão (novos conteúdos e conteúdos já estudados) + treino de uma questão discursiva
Fonte: Estratégia Concursos


A partir de 6 de maio, Carlos Roberto aconselha parar com o aprendizado de conteúdos novos e iniciar a revisão de tudo o que foi aprendido. “Na minha análise, é melhor consolidar o que já foi estudado do que se deparar com uma questão que trata de um tema que você viu, mas não se recorda de um detalhe”.

O tempo curto de 80 dias de estudo para o denso volume de conteúdo cobrado não é desejável, segundo o especialista. “Porém, não é impossível. Há candidatos que já atuam no mercado financeiro também. Para eles, as disciplinas são mais familiares e a curva do aprendizado é mais acelerada. São poucos que conseguem estudar todo o edital. Caso também seja a sua dificuldade, priorize os conhecimentos específicos, até por que os temas das discursivas sairão dali”, complementa.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.