Tecnologia x mercado financeiro: 5 habilidades que o profissional precisa ter para ser contratado

Em um mundo tão digital, fugir da tecnologia é cilada; executivos de tecnologia, educação e setor financeiro dão dicas

Giovanna Sutto

Inteligência artificial nas eleições: TSE publicou norma com uma série de restrições (Foto: Pixabay)

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O mercado de trabalho e a tecnologia estão cada vez mais atrelados: com a ascensão da inteligência artificial generativa, como ChatGPT, da OpenAI, e Bard, do Google, os profissionais já precisam começar nas habilidades que serão essencial nessa era ainda mais digital. A lógica também é aplicada no mercado financeiro e profissionais que conseguem transitar entre as áreas de tecnologia e de negócios estão se destacando.

A discussão sobre inteligência artificial acendeu um alerta no mundo do trabalho: a inteligência artificial (IA) vai acabar com algumas funções desempenhadas por humanos? Reportagem recente do InfoMoney mostra que não necessariamente, mas que, considerando que essa interação com a tecnologia é caminho sem volta, é importante começar a se aproximar do tema e entender como seu trabalho vai ser útil nessa nova fase do mercado de trabalho.

Sob esse contexto, um grupo de especialistas se reuniu durante um painel na Febraban Tech 2023, na última quinta-feira (29), para selecionar o que eles consideram as habilidades que todo profissional deve desenvolver para ser contratado pelo mercado financeiro nesse cenário cada vez mais digital.

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Claudia Silva, gerente de operações da empresa de tecnologia Cisco, Claudio Lensing, CTO e co-fundador da escola de tecnologia Trybe, Darlan Costa, gerente de projetos da Caixa, e Maurício Garcia, conselheiro do instituto de tecnologia e liderança Inteli selecionaram cinco habilidades. Confira:

Silva, da Cisco, pontua que o pensamento crítico é crucial para o profissional poder interpretar o contexto do mundo atual, especialmente no mercado financeiro. “O profissional que trabalha com finanças precisa conhecer a sociedade, entender as dores dos clientes, entender os contextos de vida, além de etnias, gênero, padrão de consumo e como ele pode fazer a instituição para qual trabalha ser parceira desses clientes”.

“Quando temos à disposição toda essa tecnologia, que vai ser impulsionada pela IA esse pensamento analítico é que vai ajudar o profissional a fazer associações valiosas. O argumento racional, questionador, com dados, é que vai trazer o profissional para roda de conversa e fazer ter mais espaço”, acrescenta Costa, da Caixa.

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“Eu acho que uma habilidade central é aprender a aprender, especialmente em tecnologia porque o que funciona hoje é diferente do que vai ser daqui um ano. Ser capaz de aprender as coisas do zero em ciclos renovados é muito importante e necessário e pra navegar dentro de grandes empresas”, diz Lensing, da Trybe.

Costa, da Caixa, acredita que a criatividade é algo que pode diferenciar o profissional no mercado de trabalho, mesmo com o nível de tecnologia tão alto. “A criatividade para solucionar problemas, para não ter medo de errar, trazer vida para uma ideia que está parada, entre outros aspectos”.

Essa é uma das habilidades listadas pelo Fórum Econômico Mundial, como “habilidades do futuro”, junto com pensamento crítico e analítico.

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Na visão de Costa não adianta ter uma parte técnica super aguçada, se não tiver inteligência emocional para lidar com o dia a dia, pressão, altos e baixos. “E empatia: inteligência emocional ajuda o profissional a entender o outro, respeitar a outra equipe, compreender um contratempo. A falta de empatia pode atrasar desenvolvimento de projetos e/ou empresas por meses ou até anos”, diz.

Leasing acrescenta que percebe que as empresas sentem falta de uma fundamentação socioemocional abrangente e mais completa dos candidatos. “Por isso, é importante entender quais as deficiências e como vai melhorá-las”, diz.

Garcia, do Inteli, crava: “quem não souber algo de tecnologia vai ficar de fora”. “A era de pedir ajuda para o time de TI acabou. A área de negócios precisa entender de tecnologia para entender os impactos no seu produto, por exemplo. No limite, todas as áreas vão ter que estar mais atentas à evolução da tecnologia: jurídico, RH, etc”.

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Leasing, da Trybe, afirma que a pessoa que garantir seu espaço no mercado de trabalho precisa ter a capacidade de usar IA para alavancar a carreira. “Isso já é pergunta de processo seletivo, então, é preciso ficar atento e colocar energia para aprender como colocar IA no dia a dia”, avalia.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.