Taxa de desemprego poderá alcançar dois dígitos no Brasil, avalia Morgan Stanley

Mercado de trabalho no País começa a se deteriorar na medida em que a economia caminha rumo à recessão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O mercado de trabalho no Brasil começa a se deteriorar na medida em que a economia caminha rumo à recessão. A taxa de desemprego poderá atingir dois dígitos neste ano, prevê Marcelo Carvalho, economista-chefe do Morgan Stanley no País.

A taxa de desemprego média no Brasil declinou nos últimos anos, caindo de 12% em 2003 para 8% em 2008. No entanto, com o agravamento da crise financeira internacional, espera-se que a cifra chegue a 11% em 2009. “Se estivermos certos sobre a magnitude da recessão, a taxa poderá atingir um patamar ainda pior, variando entre 12% e 13% neste ano”, avalia Carvalho.

Desemprego

A situação já parece tomar efeito. Nos três meses terminados em fevereiro de 2009, as companhias brasileiras realizaram novas demissões e a taxa de desemprego deste período subiu para 8,2%, considerando-se ajustes sazonais. O resultado é superior à taxa de 7,5% registrada nos três meses finalizados em setembro de 2008.

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“A economia brasileira precisa crescer entre 2% e 4% para manter a taxa de desemprego estável”, afirma o economista do Morgan Stanley. Caso contrário, “a situação irá se deteriorar ainda mais nos próximos meses”, acrescenta.

Boa e má notícia

Apesar de um possível aumento da taxa de desemprego no Brasil, Carvalho ressalta o fato de que a inflação está se desacelerando e, por conta disso, não irá afetar a renda salarial dos trabalhadores.

Por outro lado, a redução nos quadros de funcionários afetará a renda total da população, avalia Carvalho. “Os empregos formais estão cada vez mais vulneráveis”, ressalta o economista, alertando que o aumento do desemprego poderá gerar um efeito negativo no consumo e na confiança do consumidor.

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Se nos últimos anos a criação de empregos aumentou entre 2% e 3%, agora a taxa se encontra inferior a 1%. A expectativa para o acumulado de 2009 é que fique em -2%.

Indústria: a mais afetada

Enquanto a evolução anualizada da renda média dos trabalhadores do setor industrial permanece caindo – passando de 6,6% em setembro de 2008 para -3,0% em fevereiro de 2009 -, as áreas de construção, comércio, serviços e educação foram beneficiadas, apresentando um aumento de 0,5%, 4,3%, 8,7%, e 5,7%, respectivamente, nos mesmos critérios de avaliação.

Salário mínimo

O governo tem garantido um forte aumento do salário mínimo nos últimos anos, especialmente em fevereiro passado, quando a alta nominal foi de 12%. O economista Marcelo Carvalho ressalta a importância da ajuda governamental à população mais necessitada, mas ressalta ainda que “a quantia oferecida pelas autoridades não é um motor para a geração de novos empregos no Brasil”.