Supermercados: alta rotatividade reduz a remuneração do profissional

Em 2009, as pessoas admitidas recebiam R$ 712,15, enquanto as desligadas ganharam R$ 837,25

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – A alta rotatividade da mão de obra no setor supermercadista reduz a média salarial dos profissionais. Em 2009, os trabalhadores admitidos, no município de São Paulo, tiveram as remunerações médias menores do que aquelas dos empregados desligados.

No período, as pessoas que foram contratadas, em média, receberam 15% a menos dos salários pagos àquelas que perderam seus postos de trabalho. Enquanto as admitidas recebiam R$ 712,15, os desligados ganharam R$ 837,25.

Em 2008, essa diferença era maior, pois os contratados receberam em média 20% a menos que os desligados. Os dados fazem parte um estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgado nesta quinta-feira (15).

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Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa indica ainda que há desigualdade da remuneração média paga entre homens e mulheres. As mulheres que foram contratadas, em 2009, recebiam 88,9% dos salários pagos aos homens admitidos no mesmo ano. Ou seja, elas recebiam, em média, R$ 666,89, contra R$ 750,15 dos homens.

Já para o grupo dos profissionais desligados, a situação não foi a mesma, já que houve redução da diferença entre a remuneração média paga para as mulheres e a paga aos homens nos anos pesquisados. Em 2009, as mulheres receberam 89,82% do que foi pago para os homens contra 88,64%, em 2008.

Perfil dos profissionais
Em relação ao perfil dos profissionais que atuam no segmento, o estudo aponta que há uma expressiva presença de jovens no setor. Segundo os dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), em 2008, um terço dos empregados em supermercados tinha entre 18 e 24 anos de idade.

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Outra característica do setor é o equilíbrio na distribuição da força de trabalho entre homens e mulheres. No caso do município de São Paulo, dos 110.515 trabalhadores formais, os homens representavam 55%, enquanto as mulheres correspondiam a 45%.

Escolaridade
Sobre a escolaridade dos profissionais, foi registrada evolução nos últimos anos. Esse crescimento pode ser atribuído, entre outros, a dois fatores: mais acesso à educação e aumento das exigências de formação escolar nos processos seletivos das empresas, em razão da elevada oferta de mão de obra e das taxas de desemprego em patamares ainda elevados.

No município de São Paulo, a maioria dos trabalhadores em supermercados tinha, em 2008, o Ensino Médio Completo (61%), seguido por aqueles com Ensino Fundamental completo ao Médio incompleto (23%).

Entre homens e mulheres, nota-se que a mão de obra feminina apresenta grau de instrução mais elevado do que a masculina. Cerca de 70% das mulheres tinham Ensino Médio Completo frente a 55% dos homens. Em relação ao Ensino Superior, a proporção entre os gêneros se igualou em 2008, com ambos marcando 3,4%.