Super comunicador ou tímido: comportamento extremo traz efeito negativo

No ambiente de trabalho, é preciso encontrar o meio termo: nada de fofocar com todo mundo ou se isolar no seu canto

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Existem dois perfis típicos no ambiente de trabalho. O primeiro é daquele profissional que conhece várias pessoas, conversa com todo mundo, cumprimenta a empresa inteira quando chega, circula bastante, é notado, extrovertido e reconhecido.

Em contraposição, o outro é tímido, que fala apenas o necessário, conhece somente as pessoas que estão diretamente ligadas ao seu trabalho, dificilmente puxa assunto, fica a maior parte do dia em sua mesa, cumprimenta apenas quem conhece e sabe o nome de algumas pessoas.

Analisando estas duas pessoas, você saberia dizer qual tipo de comportamento é o mais indicado no ambiente de trabalho? A resposta certa seria: nenhum dos dois!

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O super comunicador

A pessoa que é extremamente extrovertida acaba sendo referência no setor dela. Na hora de contatar alguém da área em que atua esta pessoa, será ela. “Mas, se tiver um problema, ela também vai ser referencial. Por estar em evidência, esta pessoa acaba sendo alvo”, explicou a coordenadora de RH (Recursos Humanos) do Grupo Catho, Fernanda Figueiredo.

Ela explicou que, quando a conduta da pessoa é boa, ser notado é algo positivo. Agora, se a visibilidade que ela adquiriu ao longo dos anos na empresa for por causa de fofocas, o efeito é contrário. “Quando houver um assunto sério, ela vai ser excluída”.

Por isso, ‘ser amigo da galera’ requer jogo de cintura, para não misturar o pessoal e o profissional além dos limites, o que pode fazer com que a pessoa perca a credibilidade. Veja, abaixo, o principal ponto positivo e negativo deste comportamento:

Quieto demais

Em relação àquela pessoa que fala pouco, com certeza, quando ela for dar a opinião, terá atenção de todos. “Quem é calado, quando fala é mais respeitado e tem um peso maior”, explicou a coordenadora.

Questionada sobre se esse profissional acaba por passar despercebido, por não falar muito, Fernanda disse que isso só acontecerá se a pessoa não apresentar uma gestão muito boa. “Neste caso, ela vai ser esquecida”.

Ela exemplificou com a seguinte situação: imagine que um projeto foi feito em dupla, por uma pessoa mais tímida e outra extrovertida. O resultado foi um sucesso. Num happy hour, para se gabar da atividade, o extrovertido conta sobre o projeto. Quem irá ficar com a fama? Ele, e não o mais tímido. Assim como no caso do super comunicador, este comportamento tem pontos positivos e negativos, veja abaixo:

O ideal

De acordo com Fernanda, é preciso ter visibilidade na empresa, mas passar despercebido quando a conversa for uma fofoca. Conversar apenas o pontual e, se for a um happy hour, falar da vida pessoal, mas com limites.

Na hora de colocar a opinião, cuidado com os extremos: “às vezes, quem coloca demais a opinião pode julgar errado. Esta pessoa terá uma primeira chance para julgar, mas depois não será ouvida. Por outro lado, se você não se posicionar pode perder. Muitas pessoas não são promovidas porque têm medo da exposição”, finalizou Fernanda.