Sucesso: chave para decifrar grandes líderes está na história de vida

Autores de livro chegaram à conclusão de que a resposta não está em características comuns encontradas em todos eles

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Depois de analisar a vida de executivos de sucesso, os autores do livro “Confie em você”, Bill George e Peter Sims*, chegaram à seguinte conclusão: a chave para decifrar os grandes líderes não está em características comuns encontradas em todos eles, mas na história de vida de cada um.

Eles entrevistaram 125 estrelas do mundo corporativo norte-americano, entre executivos, empreendedores e empresários. “Tudo que você precisa para ser um grande líder já está dentro de você”, explicaram os autores. Características como perseverança, automotivação e audácia, tão citadas para traçar um perfil de líder, estão equivocadas.

Os grandes líderes

Segundo os autores, a escola, a faculdade, os amigos e até mesmo os famosos MBAs não são a fonte para a formação de um grande líder. De onde eles vêm, então? Segundo o livro, a única característica que une essas pessoas é a confiança em si, que as fazem seguir seus princípios, mesmo se estes divergirem dos da empresa.

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No passado destes profissionais, na infância e juventude, eles encontraram qual a missão de suas carreiras. Eles conseguiram explicar qual era o propósito do presente e o sentido do futuro. Desta maneira, conseguiram traçar a direção certa para alcançar seus objetivos.

Exemplos reais

Eles contam a história do fundador da rede de cafeterias Starbucks, Howard Schultz, que foi o primeiro empresário dos Estados Unidos a estender benefícios a todos os seus funcionários, inclusive os temporários. De onde veio esta idéia, que motivou ainda mais os colaboradores? Da infância do fundador.

Quando Schultz era garoto, seu pai perdeu o emprego e os benefícios. Sem dinheiro e com muitas dívidas, a família passou frio e fome. “As dificuldades de meu pai estão intimamente relacionadas à cultura e aos valores da Starbucks. Eu queria criar uma empresa na qual meu pai nunca teve chance de trabalhar, onde você poderia ser respeitado e valorizado, não importa de onde veio, a cor da pele ou o grau de instrução”, diz Schultz.

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Quando criança, o presidente do conselho e CEO (Chief Executive Officer) do laboratório Novartis, Dan Vasella, ficou internado num sanatório para tratamento de tuberculose, seguida de meningite. Uma vez, um médico, ao invés de apelar para a força para lhe aplicar uma injeção, explicou calmamente a Vasella o que iria fazer. Deixou, até mesmo, ele segurar a mão da enfermeira.

Em gratidão, deu um abraço no médico, que lhe retribuiu o gesto. “Esses gestos tão humanos de interesse e compaixão me tocaram profundamente e me ajudaram a definir o tipo de pessoa que eu queria ser quando crescesse”, diz Vasella.

* Bill George é consultor e professor de práticas de gestão na Harvard Business School; Peter Sims foi um dos fundadores do escritório londrino da Summit Partners e idealizou a disciplina “Perspectivas em Liderança” na Stanford Graduate School Business.