Sua empresa quer te promover sem aumentar o seu salário? Saiba o que fazer

Colaboradores erram ao aceitar uma promoção sem entender as políticas da organização; bônus não deve substituir salário

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – A promoção enfim chegou e com ela a promessa de mais responsabilidades. A conquista, de fato, teria tudo para ser maravilhosa, mas isso, claro, se não fosse por um pequeno detalhe: aumento salarial que é bom, nada. Se pararmos para analisar certamente encontraremos muitos profissionais que já vivenciaram tal situação, mas será que todos sabem como agir quando a remuneração não vem?

De acordo com a consultora associada da Muttare, Roberta Yono Ebina, não. Segundo ela, alguns colaboradores acabam aceitando a proposta oferecida pela empresa sem analisar criteriosamente os termos da promoção. Com isso, mais tarde, muitos se arrependem e acabam se queixando dos termos exigidos pela corporação.

“Cada empresa possui uma política de remuneração. Por isso, os colaboradores devem analisar uma proposta e entender a razão desta política antes de tomar uma decisão. Depois de aceitar um termo, não é justo criticar a organização. O gestor deve ter maturidade em relação a isto”, diz a consultora.

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Políticas organizacionais
Hoje, existem empresas que costumam adotar políticas como a exigida por lei, em que o colaborador recebe um aumento salarial a cada vez que tem um aumento de função ou responsabilidade e também aquelas que apresentam restrições salariais para os colaboradores que já tenham recebido um aumento em um período inferior a seis meses.

“Se a política da empresa é aumentar o salário quando se tem uma promoção, que se faça cumprir a política – isto demonstra integridade. Mas nem todas são assim, algumas apenas permitem um novo aumento após seis meses de trabalho em um cargo e, com isso, correm o risco de perder um bom profissional por conta da existência de uma regra inútil”, argumenta Roberta.

Outra prática pouco aceita pelos colaboradores é ainda a barganha com a remuneração variável. “As empresas compram desempenho com o uso de bônus e isso pode se tornar motivo de corrupção nas organizações”, diz a consultora da Muttare.

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Segundo ela, não é raro, por exemplo, encontrar empresas que afirmem ao colaborador, que se ele não fizer uma atividade como o diretor espera, que o mesmo poderá ficar sem o seu bônus.

“A remuneração variável deve trazer o sentimento de justiça por um trabalho feito ou superado e não ser mecanismo de barganha para obrigar o colaborador a atuar de determinada maneira ou aguentar o chefe”, diz.

Negocie
Para quem não sabe, o salário base (recebido mensalmente) age como forma de, teoricamente, recompensar a pessoa que cumpre com as responsabilidades e metas do cargo que ocupa. já o bônus, não. Ele é uma das formas de remuneração variável adotadas para recompensar a pessoa que supera as responsabilidades ou metas comprometidas do cargo que ocupa.

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Por isso, se um dia você for surpreendido por uma promoção em que sua remuneração virá apenas em forma de bônus, negocie! Lembre-se que o seu salário deve ser pago mensalmente de acordo com as exigências diárias de seu trabalho e que o bônus é apenas uma forma que a empresa terá de remunerá-lo pelo cumprimento das metas impostas pela organização.

“Uma empresa que adota essa postura pode estar tentando comprar o desempenho do colaborador. Não se deve usar a remuneração variável como causa para atingir algo, essa remuneração é uma consequência de desempenho excedido”, explica Roberta.

Novo emprego
E se por acaso o trabalhador perceber que a empresa não cederá aos seus argumentos ou que não pretende mudar a política de remuneração, a melhor decisão é sair da organização.

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“Se ele deixar claro a todos a razão da sua não concordância, sua imagem não será afetada. Mas como a empresa irá lidar com a negativa do colaborador dependerá da liderança na corporação”, completa.