Sua empresa pode ajudar no combate à obesidade; saiba como

Há muitos lugares nos quais as empresas podem melhorar as alternativas alimentares

Bloomberg

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(SÃO PAULO) — Dois terços dos americanos estão acima do peso ou obesos, o que os coloca sob um risco elevado de diabetes, doenças cardíacas e outros problemas de saúde. Trata-se de um problema de saúde pública muito grande para o sistema de saúde pública resolver.

Cada vez mais as empresas estão perguntando o que podem fazer para combater a obesidade entre seus funcionários, clientes e comunidades. Esse foi o assunto de uma reunião na Academia Nacional de Ciências dos EUA, em 12 de abril. Como os empregadores pagam pela obesidade em seus custos com saúde, eles precisam ter algum incentivo para encontrar soluções.

Listamos a seguir cinco coisas que as empresas podem fazer para combater a obesidade.

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1. Corrija a alimentação no local de trabalho

Há um ano, você podia entrar na Cleveland Clinic e comer no McDonald’s. A Clinic fechou o estabelecimento da rede de fast-food em sua praça de alimentação no último trimestre do ano passado, uma das 52 mudanças que a rede de hospitais realizou nos últimos anos para tornar os alimentos saudáveis mais facilmente disponíveis. A empresa removeu as fritadeiras das cafeterias e das cozinhas, baniu as bebidas açucaradas e facilitou a compra de água engarrafada, disse Michael Roizen, diretor de bem-estar da rede.

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Das despensas com salgadinhos nas startups às máquinas automáticas nas salas de descanso para operários, há muitos lugares nos quais as empresas podem melhorar as alternativas alimentares para os trabalhadores. Na Cleveland Clinic os funcionários ainda podem tomar refrigerante se quiserem, mas “precisam trazê-lo de casa”, disse Roizen.

2. Ajude os funcionários a cumprirem suas metas

As empresas adotaram programas de bem-estar com avidez nos últimos anos, usando recompensas e punições para estimular um comportamento saudável por parte dos trabalhadores. Algumas empresas estão começando a tornar esses programas mais “direcionados ao funcionário e à família dele”, diz LuAnn Heinen, vice-presidente de bem-estar no trabalho, produtividade e capital humano da National Business Group on Health. Isso significa focar menos nos riscos de saúde físicos e mais no apoio às metas pessoais dos funcionários — o que inclui lidar com problemas de estresse, emocionais, sociais e de insegurança financeira. Heinen disse que esses fatores precisam ser solucionados antes que os empregadores possam esperar para ver os ganhos de saúde dos programas de bem-estar. “Se tiver dificuldades para pagar as contas, você não comprará frutas orgânicas”, disse ela.

3. Facilite a vida dos clientes na hora de comer bem

As lojas colocam doces perto dos caixas para que as pessoas os comprem por impulso. Em vez disso, elas poderiam recriar as lojas tendo em mente escolhas saudáveis. Alguns supermercados já fizeram isso usando sistemas de classificação como Guiding Stars e NuVal. Eles avaliam os alimentos de acordo com o valor nutricional e traduzem isso em uma classificação simples que as lojas adicionam a etiquetas nas prateleiras para ajudar os consumidores a identificarem rapidamente os alimentos mais nutritivos. “Hoje você olha todas as fileiras de molho de macarrão na loja”, disse Heinen. “Em vez disso, você poderia simplesmente passar e pegar um molho”.

4. Pense na comunidade

Os empregadores que buscam uma melhoria da saúde podem estender a influência além de seus funcionários e de sua base de clientes. As empresas que mantêm clínicas de saúde, serviços de creche ou academias de ginástica no ambiente de trabalho podem abri-las aos membros da comunidade. A Texas Instruments transforma sua academia em acampamento para as crianças durante as férias escolares, disse Heinen. Os filhos dos funcionários têm prioridade, mas outras crianças também podem participar.

5. Mude o fornecimento de alimentos

Há 10 anos, a indústria de bebidas e os defensores da saúde pública negociaram um acordo para remover refrigerantes altamente calóricos das máquinas automáticas das escolas. O acordo foi inovador. “Aquilo transformou todo o cenário do que as crianças tinham acesso durante o período escolar”, disse Victoria K. Brown, diretora sênior de programas da Fundação Robert Wood Johnson. O acordo também abriu caminho para compromissos posteriores de reformulação de produtos para reduzir o tamanho das porções e as calorias — uma tendência que já estava em andamento, impulsionada pelo comportamento dos consumidores. Em última análise, a pressão do mercado poderá ser a forma mais efetiva em fazer a indústria alimentícia atacar a obesidade. “O setor privado sabe que precisa realizar mudanças”, disse Brown. “Existe um imperativo moral, mas existe também um imperativo cada vez mais financeiro”.