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SÃO PAULO – As diferenças entre os comerciários com e sem carteira assinada são enormes: enquanto a média salarial do primeiro grupo é de R$ 815,00, a dos informais fica em R$ 589,00, cerca de 30% a menos. Os dados são do Perfil dos Comerciários do Município de São Paulo, encomendada ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
A pesquisa ouviu mil comerciários que moram e trabalham na capital paulista entre fevereiro e abril deste ano. O objetivo era traçar um panorama dos empregados do comércio no município.
Formais x informais
Além de ganharem menos, os profissionais sem registro na carteira trabalham cerca de 4 horas semanais a mais que os que formais: média de 59 horas semanais, contra 55 dos demais. Vale lembrar que as duas jornadas estão muito além do estabelecido pela Constituição de 88, que estipula 44 horas semanais máximas de trabalho.
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Cerca de 72% dos informais – que representam 29,5% do total de empregados no comércio – estão em estabelecimentos com até quatro funcionários, sobretudo no comércio varejista. Além disso, os trabalhadores sem carteira assinada também recebem menos benefícios que os formais: a proporção é de 68,9% para os formais, contra 28,5% dos informais.
Perfil do comerciário paulistano
A pesquisa desenhou um perfil dos empregados do comércio na cidade de São Paulo, que representam 16,3% do total de ocupados do município. Mais de 3/4 (77%) estão no setor há cinco anos ou mais, sendo 60,7% empregados de micro e pequenos estabelecimentos com 10 funcionários no máximo.
As mulheres representam 52,8% da categoria. Mais da metade dos trabalhadores (55,7%), possui entre 17 e 19 anos, 53,1% são solteiros e 51% concluíram o ensino médio. A imensa maioria dos empregados do comércio (93%) considera seu ritmo de trabalho médio ou alto e 60% afirmam executar tarefas além das contratadas (desvio de função).
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Os setores atacadista e varejista também apresentam disparidades entre si: a média salarial do primeiro é de R$ 811 e do segundo, R$ 720. A jornada média dos atacadistas é de 46 horas semanais, enquanto no setor varejista esse número sobe para 49 horas por semana. A maioria (81,7%) dos trabalhadores do atacado não trabalha aos domingos, contra os 48,2% do varejo que atuam também neste dia da semana.