Sindicato dos Metalúrgicos do ABC critica flexibilização do emprego mexendo em salário

Presidente da entidade destaca que a crise atinge os setores de forma diferente, exigindo propostas e soluções diversas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em meio às negociações entre empresas e trabalhadores sobre medidas para flexibilização do emprego para enfrentar os efeitos da crise nas atividades produtivas, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, criticou a proposta de redução de jornada de trabalho com salário menor.

“Não há acordo sobre isso, pois esta não é a realidade do Brasil. Em momento de crise, é preciso pensar e propor medidas expansivas, e não recessivas. E trabalhador com salário menor não pode consumir”, respondeu à InfoMoney. Nobre argumenta que 70% dos trabalhadores no País ganham até dois salários mínimos.

Dessa forma, um corte nos rendimentos afetaria o poder de compra de produtos essenciais. “Não adianta eleger uma única medida como salvadora. A crise atinge os setores de forma diferente, portanto, exige propostas e soluções diversas”, avalia o sindicalista, que esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada.

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A disseminação de propostas conforme a necessidade de cada companhia também é defendida pelo vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Nildo Masini: “cada empresa tem suas características próprias. Em função disso as negociações são feitas para verificar algo que seja palatável tanto por parte das empresas quanto dos trabalhadores”.

Negociações

De acordo com Masini, a Fiesp espera chegar a um acordo nesta semana junto à Força Sindical para desenvolver um protocolo, que iria orientar os sindicatos do Brasil inteiro nas discussões de flexibilização. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, houve eliminação de cerca de 655 mil postos de trabalho em dezembro.

“Antes de demitir, é preciso esgotar todos os mecanismos legais e acordados entre empresas e sindicatos para preservação de emprego – ponto essencial nas negociações -, como banco de horas, férias coletivas, licença remunerada, suspensão de horas extras, redução da jornada de trabalho”, considera Sérgio Nobre.

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Diante deste cenário, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cobra do governo seguir investindo em obras de infraestrutura, reduzir a carga tributária e exigir de contrapartidas em forma de manutenção e geração de emprego das empresas que forem beneficiadas por linhas de crédito e isenção de impostos.