Sete em cada dez empresas pretendem congelar contratações em 2009

Além disso, 20% planejam reduzir as promoções e 40% devem demitir, em função da crise econômica

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A crise está afetando as decisões de investimento dos executivos: 70% das empresas no Brasil pretendem congelar as contratações no próximo ano, 20% planejam reduzir as promoções, e 40% devem demitir.

Os dados integram a Pesquisa de Pulso sobre os planos de remuneração em 2009, realizada pela Hewitt Associates, e que avaliou os reflexos da crise nos salários e empregos.

Na América Latina

As empresas do Brasil, Argentina, Chile, México, Porto Rico e Venezuela já definiram que irão congelar contratações, efetuar menores reajustes salariais e, em menor escala, até mesmo reduzir promoções e demitir. No Brasil, mais de 40% das empresas participantes da pesquisa pretendem demitir, em função da crise econômica.

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Congelar contratações é a medida mais citada entre esses países, especialmente no Chile, onde quase 80% devem parar de contratar. A Venezuela, por sua vez, se destaca por ser o país com menor índice de empresas que pretendem demitir, com 18%.

“A crise já é uma realidade para as empresas desses seis países, embora ainda seja difícil avaliar o quanto irá impactar o Produto Nacional Bruto de cada um deles em 2009. De qualquer maneira, já provocou mudanças abruptas nos reajustes previstos para o ano que vem, e nas contratações. O cenário mais provável é de congelamento de vagas, com reajustes salariais menores, em intervalos de tempo maiores”, resume a consultora sênior de Remuneração e Recompensas da Hewitt Associates, Patrícia Hanai.

“Já quanto às demissões, no curto prazo, o aumento do desemprego não tende a aparecer nos indicadores oficiais da economia brasileira, principalmente devido à diferença de tempo entre a realização dos cortes, a apuração realizada pelos institutos de pesquisa e o aumento do consumo desta época do ano. No entanto, no longo prazo, e com o agravamento da crise, a tendência é de alta”, ressalta Patrícia.

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Reajuste salarial

Em todas as categorias profissionais contempladas pela pesquisa, houve queda na perspectiva de reajuste salarial em 2009. No Brasil, a queda do reajuste previsto foi de 7,5% para 6,5%. Na Argentina, a queda foi de 20% para 18,5%. Apenas na Venezuela a previsão de reajuste foi alterada para cima: de um intervalo de 25% a 27%, para o de 32% a 36%.

Menos afetados são os planos de remuneração variável (mais em 2008 do que em 2009). Na Argentina, este ano, a redução atinge todas as empresas pesquisadas, mas, em 2009, somente 50% desse total serão afetadas. No Brasil, o panorama é inverso: haverá redução superior a 10% em 15% das empresas este ano; e em 23%, em 2009.

“Em tempos de crise, as empresas falham porque entram em pânico, fazem demissões indiscriminadas, focam no curto prazo e não se comunicam adequadamente com os colaboradores” comenta Hanai.

Retenção de talentos

Apesar de tudo, a pesquisa revelou que as empresas de todos os países pesquisados se preocupam com a retenção dos profissionais de alto desempenho e alto potencial, profissionais críticos e essenciais para as empresas em tempos de crise.

Quase 60% das brasileiras, por exemplo, pensam em reservar parte da previsão de reajuste salarial para estes profissionais. Também pensam em investir em treinamento e aprendizagem, e, em menor escala, em recompensas com ações da empresa.

Dicas

Empresas que costumam obter destaque em períodos de crise agem da seguinte maneira:

Confira as recomendações da Hewitt Associates para as empresas: