Sensor monitora funcionários para estimular produtividade

Chamado de Big Data, o sistema monitora quantas vezes os funcionários se levantam das mesas e até o tom de suas conversas

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Você aceitaria ser monitorado em seu trabalho pelo seu gestor? A partir de um estudo, empresas norte-americanas começaram a testar um sensor que rastreia em tempo real os funcionários e colhe uma série de dados sobre eles, como quantas vezes se levantam da mesa, consultam outras equipes e vão para reuniões.

O sistema, chamado de Big Data, não pretende intimidar os colaboradores da empresa, mas fornecer informações que possam trazer mudanças positivas, que vão desde um momento de Coffee Break até estimular conversas entre outros empregados. Tudo, segundo o site do jornal The Wall Street Journal, para aumentar a produtividade do pessoal.

O sistema de monitoramento veio com um estudo realizado pelo Bank of America, que pretendia analisar a produtividade entre suas equipes de call-center. O banco pediu para cerca de 90 funcionários utilizarem por algumas semanas um crachá com pequenos sensores para registrar seus movimentos e o tom de suas conversas.

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Os dados mostraram que os trabalhadores mais produtivos pertenciam às equipes mais unidas e que conversavam com frequência com seus colegas. Assim, para obter maior integração entre as equipes, o banco começou a fazer pausas no trabalho em grupo, em vez de individuais. O resultado foi positivo, segundo o ex-executivo do banco, Michael Arena, que registrou um aumento de 10% na produtividade dos funcionários.

Outra empresa que testou o Big Data foi a Cubist Pharmaceuticals, com 30 de seus funcionários de vendas e marketing. Durante quatro semanas, o sistema coletou seus movimentos e padrões de conversas. As informações ainda foram fundidas com o tráfego de e-mails.

Como o Bank of America, a empresa descobriu uma correlação entre o aumento da produtividade e a integração dos funcionários.

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Mesmo que as empresas afirmem que o sistema objetiva unicamente melhorar a produtividade e bem-estar de seus funcionários, muitos deles não gostaram da ideia de serem monitorados pelos seus chefes.

“A coleta de dados sobre os comportamentos dos trabalhadores pode ser um tema sensível”, disse o diretor da Steelcase, Dave Lathrop, que já utilizou o Big Data nos funcionários de sua empresa. Lathrop lembrou que, junto com as informações necessárias para um programa de produtividade, vem a invasão de privacidade.

Para o presidente do grupo de defesa dos funcionários, National Workrights Institute, Lewis Maltby,  essas tecnologias não violam as leis trabalhistas, mas alerta  que deve haver cautela entre os empregadores. “Isso não é ilegal. Mas você realmente quer que seus chefes monitorem tudo o que você está fazendo? É uma maneira assustadora de trabalhar”.