Sem oportunidades, brasileiros sofrem com desemprego em Portugal

Pesquisa revelou que 56,9% dos brasileiros já estiveram desempregados durante o período em que viveram no país europeu

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SÃO PAULO – Uma pesquisa realizada pela Universidade Técnica de Lisboa, pelo Instituto Universitário de Coimbra e pela Universidade de Coimbra, revelou que 56,9% dos brasileiros já estiveram desempregados durante o período em que viveram no país europeu.

Em 2009, por exemplo, o país registrou cerca de 10 mil trabalhadores brasileiros desempregados, a maior taxa entre as principais nacionalidades que buscam viver em Portugal.

No primeiro trimestre do ano passado, o índice de desemprego no país era de 9,1%. Entre os brasileiros, o indicador era de 17,7%. Os serviços ligados à construção (65,5%) e a atividades domésticas (62,2%) foram os com taxas de desemprego mais relevantes.

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Distinção
A situação mais grave é entre as mulheres brasileiras no país: 18,3% afirmaram estar sem trabalho – mais que o dobro das que estavam nessa situação quando saíram do Brasil, que totalizavam 8,2%. Fora isso, elas apresentam duração do desemprego superior à dos homens.

Entre os homens, o nível de desemprego era de 13,3% entre os que viviam no país; quando saíram do Brasil, o índice era de 7,5%. Entre os 1.398 imigrantes brasileiros ouvidos, 88,9% das mulheres atuam em atividades pessoais, familiares e domésticas.

Os homens, em sua grande maioria (94%), trabalham no setor da construção civil.

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Trabalho
O trabalho do imigrante brasileiro em Portugal é caracterizado pela forte inserção em segmentos pouco qualificados, nos quais a procura de trabalho é elevada, como construção, comércio e atividades pessoais, familiares e domésticas.

Cerca de 25% dos entrevistados que conseguiram emprego têm contratos de curta duração (de 3 a 12 meses). Esses profissionais trabalham mais de 40 horas semanais e recebem menos de 900 euros mensais. 

A maioria dos trabalhadores não qualificados possui ensino médio, superior ou mesmo mestrado e doutorado. Na média, com a imigração, a proporção de trabalhadores menos qualificados sobe e a de mais qualificados cai, na comparação com a situação dos entrevistados no Brasil e em Portugal.

O estudo também constatou que 90,7% dos contratos atuais foram celebrados depois de 2005.

Empregadores
Em Portugal, obviamente, a nacionalidade predominante do empregador é portuguesa, com 80,1% do total, seguida da brasileira (10,8%).

Os empregadores de nacionalidade brasileira, por exemplo, costumam empregar mais mulheres do que homens. Esses profissionais são donos de pequenas ou médias empresas.

Desenvolvem, na maior parte dos casos, atividades nos setores do Comércio, com 42,9% do total, ou de outras atividades de serviços (25%). Atribuem remunerações médias entre 450 euros e 900 euros  em 60,7% dos casos, além de estipularem horários de trabalho acima das 40h semanais, em 53,3% dos casos. 

Perfis
De acordo com a pesquisa, em 2009, existiam quase 120 mil brasileiros em Portugal, o equivalente a 25% do total de imigrantes vivendo no país.

A maioria era de mulheres (56%), solteiros de ambos os sexos (40%) e provindos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Cerca de 60% dos brasileiros enviaram dinheiro para o país de origem, principalmente por meio de agências financeiras.