Sem correção da tabela do IRPF, contribuintes terão orçamento prejudicado

Tabela que vinha sendo atualizada pela alíquota fixa de 4,5% desde o ano de 2007, em 2011 não teve correção

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Para os trabalhadores e contribuintes brasileiros, 2011 começa sem um importante item: a correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), que vinha sendo atualizada pela alíquota fixa de 4,5% desde 2007, mas que, neste ano, não teve correção.

Sem a atualização da tabela, muitos trabalhadores que receberam aumento salarial no último ano correm o risco de nem perceber o ganho maior, já que o imposto retido pode anular a elevação.

Sem aumento
Esse é o caso da advogada Viviane Klajn, que com o salário maior passou a outra faixa de tributação e terá que pagar mais imposto. “A não correção da tabela vai prejudicar, e muito, a minha renda. O aumento salarial e o bônus que conquistei no final de 2010 serão alvos de desconto pelo Fisco”, lamenta.

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A advogada conta ainda que, se não precisasse pagar mais impostos, destinaria o valor que receberia de aumento à construção de patrimônio para a aposentadoria. “Essa diferença seria destinada ao PGBL e outros investimentos relacionados com aposentadoria”.

A não correção afeta também as finanças do engenheiro Ricardo Gonçalves Patrício. “Alimentação, educação e lazer serão os grandes prejudicados na minha casa. Reduzo quantidade e qualidade dos alimentos. Cursos que poderiam ser úteis profissionalmente terão que ser postergados. E o lazer fica restrito a assistir TV sem o percentual descontado”, conta o profissional.

Fim da correção
De acordo com o presidente do CRC-SP (Conselho Regional de Contabilidade), Domingos Orestes Chiomento, a correção não foi renovada porque o governo está preocupado com o aumento da inflação. “Tanto é verdade que a maior preocupação no início deste governo é fazer um corte no orçamento público, pois os gastos do governo incharam as contas públicas por conta das eleições”, declarou.

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Ainda segundo ele, não dá para saber se neste ano, ou no próximo, a correção voltará a vigorar. “Depende da força política dos agentes da sociedade impingir ao governo”, afirma Chiomento.

As Centrais Sindicais não pretendem dar o assunto por encerrado. Na próxima terça-feira (18), junto à Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CGTB e CTB realizarão manifestações em diversas cidades cobrando a correção da tabela do Imposto de Renda.

“Pretendemos ingressar com ações na Justiça Federal para corrigir esta injustiça com os trabalhadores. É bom ressaltar que milhares de trabalhadores passarão a pagar imposto de renda após os reajustes salariais do ano passado”, adianta o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele se refere a trabalhadores antes isentos e que, com um aumento salarial, passam a ganhar R$1.499,15 e terão 7,5% desse valor descontado para o pagamento do IRPF.