Seade/Dieese: renda média do paulistano cai 2,2% em março

SÃO PAULO – O rendimento médio real da população ocupada na Região Metropolitana de São Paulo em março caiu 2,2% frente a fevereiro (R$ 1.077), ficando em R$ 1.053. Se comparada à renda de março do ano passado, houve relativa estabilidade: recuo de apenas 0,4%.

Os dados fazem parte da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) divulgada nesta quarta-feira (24) pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos).

Vale lembrar que os rendimentos analisados foram pagos em abril, mas se referem à remuneração do mês anterior.

Setor privado

Houve uma variação negativa de 2,4% no setor privado em março, na comparação com o mês anterior. O valor médio dos rendimentos passou de R$ 1.084 para R$ 1.059 de um mês para o outro. Na comparação com março de 2005 (R$ 1.075), houve queda de 1,5%.

O comportamento observado no mês, frente a fevereiro, decorre principalmente da queda verificada na Indústria (-5,6%) e, em menor medida, nos Serviços e no Comércio, que recuaram, ambos, 1,3%. Os salários pagos, em média, aos profissionais destes setores, ficaram em R$ 1.143 para a Indústria, R$ 1.070 para os Serviços e em R$ 861 para o Comércio.

Em relação a março de 2005, o salário médio pago pelas Indústrias caiu ainda mais: 7,1%. Os segmentos de Serviços e Comércio viram seus rendimentos médios retraírem 1,2% e 0,8%, respectivamente.

Formais, informais e autônomos

A pesquisa mostra, também, que houve uma queda de 9,7% nos ganhos dos trabalhadores que não possuem carteira assinada em março, na comparação a fevereiro. A média caiu para R$ 700 no terceiro mês do ano. Na comparação com o mesmo mês de 2005 o recuo foi de 7%.

Já os trabalhadores com carteira assinada viram seus rendimentos médios caírem 1% em março, atingindo R$ 1.167. Em relação ao rendimento médio de março de 2005, houve variação negativa de 0,7%.

A média de rendimento dos autônomos também sofreu recuo no terceiro mês de 2006: passou a R$ 719, queda de 5,4% em relação a fevereiro e de 3,9% na comparação a fevereiro do ano passado.

Homens x mulheres

A remuneração média das mulheres e dos homens em março foi 1,2% e 3,1% menor que a de fevereiro, ficando em R$ 840 e R$ 1.235, respectivamente. Na comparação com março de 2005, o rendimento feminino cresceu 2,7%, e o masculino, registrou recuo de 1,6%.

Com isso, a pesquisa conclui que as mulheres receberam, em março, 68% do rendimento dos homens, percentual um pouco acima da proporção verificada em fevereiro, que estava em 66,7%.