Saúde e carreira: empresas oferecem programas de redução da obesidade

Mais de 40% das norte-americanas já implementaram programas; no Brasil, iniciativa é rara, diz ABQV

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Mais de 40% das empresas norte-americanas já implementaram programas de redução de obesidade. Outras 24% planejam oferecer o benefício em 2008. Os dados são de pesquisa realizada pelo The Conference Board, intitulada Weights and Measures: What Employers Should Know about Obesity.

No Brasil, porém, de acordo com o presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Alberto Ogata, ainda são poucas as empresas que ressaltam a importância da qualidade de vida aos funcionários com obesidade. “Mesmo porque temos menos prevalência de obesos do que nos EUA”, afirmou.

Ainda segundo Ogata, no Fórum Mundial, em Davos, se discutiu que as empresas vão precisar aplicar esse trabalho aos funcionários, o que é algo estratégico. Entretanto, obter resultados é difícil.
“Se for considerar o fumo, a atividade física e outros aspectos de qualidade de vida, no combate a obesidade, é mais difícil a obtenção dos resultados, porque envolve aspectos relacionados a hormônios e questões comportamentais”, explicou.

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Cenário corporativo

A pesquisa norte-americana ainda mostrou que o índice de obesidade no País dobrou nos últimos 30 anos: 34% da população adulta pode ser definida como obesa. Estes funcionários custam para a iniciativa privada cerca de US$ 45 bilhões anualmente em despesas com médico e faltas no trabalho. Os dados mostram que a cada US$ 1 investido em programas de perda de peso nas empresas, há um retorno de zero a US$ 5.

Sobre o absenteísmo entre os obesos, Ogata disse ser alto no mundo todo. “As pessoas obesas acabam tendo mais doenças crônicas e faltam mais”, explicou. Ele citou pesquisa realizada em 2007 que mostrou que o número de dias perdidos de trabalho de quem tem Índice de Massa Corpórea acima de 40 é 13 vezes maior do que o de quem tem o índice de massa menor que 25.

De acordo com a autora da pesquisa norte-americana, Linda Barrington, os empregadores precisam acordar para a realidade de que a obesidade não é somente uma questão de saúde. “A obesidade dos funcionários nos Estados Unidos está custando para as companhias bilhões de dólares a cada ano, com gastos médicos e absenteísmo”.

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Performance

De acordo com Ogata, aqui no Brasil, não se associa uma baixa performance à obesidade, mas a vários hábitos de vida não saudáveis, como o tabagismo e o sedentarismo. Ele ainda afirmou que, num processo de seleção, ter um peso dentro da meta considerada saudável não costuma ser considerado um critério para a escolha do candidato.

No processo de promoção, por sua vez, pode ser que a realidade mude. “Se observa que a questão estilo de vida é uma variável nestes casos. Não que eliminá alguém”.