Salários no Brasil estão cada vez mais competitivos, diz sócio da Search

Crescimento econômico, valorização do real frente ao dólar e negociações sindicais contribuíram para isso

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O crescimento econômico, a valorização do real frente ao dólar e as negociações sindicais têm feito com que o salário dos profissionais brasileiros se torne cada vez mais alto, inclusive frente aos seus pares que atuam no exterior, de acordo com o sócio da Search Consultoria em Recursos Humanos, Marcelo Braga.

“O salário brasileiro está acima do das multinacionais. Existem pessoas aqui que reportam para o chefe lá fora e recebem mais do que ele”, explicou.

Braga explicou que, desde 2005, o setor privado vem apresentando um crescimento acelerado. No mesmo período, o real se fortaleceu frente ao dólar, passando de uma cotação de R$ 2,35 naquele ano para algo em torno de R$ 1,85, uma queda de cerca de 21%. “Se considerar ainda o ganho com dissídio, o salário em dólar ficou muito maior”.

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Na ponta do lápis
Ele deu exemplo de uma pessoa que ganhava R$ 10 mil em 2005, mas teve um reajuste salarial por dissídio de 6% ao ano. Em 2010, ela estaria com um salário de cerca de R$ 13.382. Considerando o dólar de 2005, este valor representaria US$ 5.694 e, se considerado o câmbio de 2010, ele representaria US$ 7.233, uma alta de 27%.

Segundo explicou Braga, o sentido do dissídio é de conseguir uma correção monetária para o salário, que nada mais é do que recuperar as perdas causadas pela inflação. Em uma economia sólida, não existe a necessidade de se fazer isso, uma vez que a perda do poder de compra é pequena. “Os US$ 5.694 de 2005 continuam praticamente os mesmos”, disse Braga.

Agora, se analisadas as pessoas que tiveram promoções na empresa em que atuam, o aumento de salário foi ainda mais acentuado. Vale também citar o papel dos sindicatos, os quais, de acordo com ele, conseguiram boas negociações nos últimos anos.

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Bolha de salários?
Questionado sobre se esse aumento de salários no Brasil poderia se transformar em uma “bolha”, Braga disse que sim, mas que ela não está prestes a estourar, o que aconteceria quando o custo da mão-de-obra fosse tão alto para as empresas que elas teriam de demitir, para diminuir os preços dos produtos ao consumidor.

Além disso, é preciso considerar que o Brasil tem uma legislação trabalhista rígida que onera o empregador, que poderia ser flexibilizada em um momento de situação extrema. “Espero uma redução do encargo trabalhista antes disso [do estouro da bolha]”.