Salário mínimo: se Câmara não rejeitar aumento, Lula vetará novo valor

A afirmação foi feita por Severino Cavalcanti nesta quinta-feira (11). "Ele ficou chocado com a decisão do Senado", disse

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), afirmou nesta quinta-feira (11) que a Casa deverá rejeitar a Medida Provisória do Salário Mínimo alterada e aprovada pelo Senado na última quarta-feira (10).

A remuneração ficou estabelecida em R$ 384,29, mas ainda é necessária a passagem pelos deputados, que aprovaram a MP que ajustou o mínimo de R$ 260 para os atuais R$ 300.

Veto presidencial

Severino também adiantou que, se a Câmara não rejeitar a proposta do Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará o novo valor. De acordo com o relato, Lula “ficou chocado com a decisão”.

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Mesmo assim, o presidente da Câmara afirma que o veto não será necessário. “Aqui estamos agindo com bom senso e não podemos aceitar o que é impraticável”, afirmou. “Não há como as empresas nacionais suportarem esse impacto”, completou.

Vale lembrar que, se o reajuste do mínimo passar pela Câmara e for vetado pelo presidente, ou ainda, se não for posto em votação até o dia 19 de agosto, o salário voltará a ser de R$ 260, uma vez que a MP que rege os atuais R$ 300 deixará de ter validade.

Impacto da decisão

Diversos órgãos se manifestaram contra o novo aumento salarial. Segundo Severino, o momento de crise política não pode interferir na saúde econômica brasileira. “Precisamos da governabilidade, de criar condições para o País se desenvolver e trabalhar”, disse. “Não é hora de tomar medidas que venham a prejudicar a administração do País”.

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Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, anunciou que a aprovação de um salário mais alto implicaria em impacto de R$ 16 bilhões na Previdência. “Nós temos que fazer a conta e dizer de onde vai sair o dinheiro”, disse.

“Quem paga a conta não é o governo. É o cidadão. O contribuinte e as empresas. Pagar isso significa que o governo teria que parar de fazer praticamente todos os programas sociais e investimentos e ainda teria que aumentar os impostos, o que ninguém aceita”, analisou.

Já o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também acredita que a decisão do Senado foi embalada pelo momento político, mas “não é uma questão de ter vontade ou não ter vontade”, diz. “É uma questão de responsabilidade fiscal”.

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Comissão do salário

Ainda na quinta-feira foi instalada oficialmente a Comissão Quadripartite do Salário Mínimo. O grupo já havia sido instituído em abril deste ano e vai propor um programa de fortalecimento do salário, além de analisar seus impactos sobre o mercado de trabalho, previdência e políticas assistenciais.

Fazem parte da comissão trabalhadores, representantes do poder público, empregadores e aposentados. As informações são da Agência Brasil.