Salário médio avança em outubro, mas segue baixo, segundo Seade/Dieese

Apesar da alta do rendimento do total de ocupados e assalariados, valores são os menores para um mês de outubro desde 1985

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), junto com a Fundação Seade, divulgou nesta terça-feira, dia 23 de dezembro, sua Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de São Paulo, em que mediu os rendimentos médios reais dos trabalhadores no mês de outubro, os quais registraram leve aumento frente ao mês anterior.

Menor patamar desde 1985

De acordo com o estudo, o rendimento médio real do total de trabalhadores ocupados aumentou em 2,6% no mês de outubro em relação a setembro, passando de R$ 919 para R$ 943. Na relação anual, houve um recuo de 6,4% em relação a outubro do ano passado, mês em que a renda média do total de ocupados correspondia a R$ 1.007.

Entre os trabalhadores assalariados, o salário médio passou de R$ 985 em setembro para R$ 1000 em outubro, leve variação positiva de 1,6%. Em relação ao mesmo mês em 2002, o salário médio dos assalariados encolheu 3,1%. Naquele mês, este universo de trabalhadores possuía uma renda média de R$ 1.033.

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Apesar do comportamento positivo, os resultados do rendimento real médio do total de ocupados e do total de assalariados correspondem aos menores valores para um mês de outubro desde 1985.

A redução salarial no setor privado foi de 2,9% em relação a outubro de 2002, enquanto apresentou expansão de 1,5% na comparação com o mês de setembro deste ano. De acordo com a pesquisa, em outubro o salário médio do setor privado era de R$ 944, em setembro era de R$ 930 e em outubro do ano passado, R$ 972.

Pela pesquisa, tanto a indústria (+0,6%) como o setor de serviços (+1,8%) e o comércio (0,5%) tiveram aumento nos rendimentos reais de seus trabalhadores em outubro em relação ao mês de setembro.

Na comparação com a base salarial de outubro de 2002, somente a indústria apresentou um desempenho positivo, já que o rendimento médio avançou 0,1%. O setores comércio e serviços apresentaram variação negativa de 1,5% e 4,3%, respectivamente, nessa comparação.

Trabalhadores formais, informais e autônomos

No que se refere aos trabalhadores com carteira assinada no setor privado, em outubro o salário real médio avançou 1,7% em relação a setembro, mas recuou em 3,0% em relação a outubro de 2002, ficando na média de R$ 1.045 em outubro deste ano. No mesmo mês no ano passado, o salário desses trabalhadores era de R$ 1.077, enquanto em setembro deste ano estava em R$ 1.028.

Já em relação aos trabalhadores sem carteira assinada, o salário real em outubro frente ao mês anterior registrou alta de 2,6%, ficando em R$ 642. Na comparação com igual período em 2002, houve decréscimo de 2,8%, ressaltando que naquele mês o salário médio era de R$ 661. No mês de setembro, o salário médio havia ficado em R$ 626.

Finalmente, entre os trabalhadores autônomos houve aumento real do salário da ordem de 2,1% de setembro para outubro deste ano, passando de R$ 629 para R$ 642. Já na relação anual, mais uma vez esta foi a maior queda salarial apurada pela pesquisa, da ordem de 10,5%, haja vista que em outubro do ano passado os autônomos recebiam em média R$ 717.

Reduz a equiparação salarial entre homens e mulheres

Homens e mulheres passaram a ganhar um rendimento maior em outubro. Os avanços foram de 3,8% e 0,7%, respectivamente. Sendo assim, a remuneração das mulheres (R$ 723) passou a equivaler a 64,1% da renda masculina (R$ 1.127). Em outubro do ano passado a proporção era de 66,4%, sendo que as mulheres ganhavam em média R$ 785 e os homens, R$ 1.183.