Salário da baixa renda cresce 4 vezes mais do que o dos 10% que ganham mais

Rendimento dos que ganham menos passou de R$ 169,22 para R$ 206,38 entre 2003 e 2007, revela Ipea

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Estudo inédito do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a desigualdade entre as pessoas ocupadas das seis principais regiões metropolitanas do País revela que o rendimento dos 10% que ganham menos aumentou 22%, entre 2003 e 2007, passando de R$ 169,22 para R$ 206,38.

O percentual é mais de quatro vezes superior à variação da renda dos 10% que ganham mais: 4,9% (de R$ 4.625,74 para R$ 4.853,03). O estudo classificou os trabalhadores ocupados em dez faixas. A primeira diz respeito aos 10% com menor renda e a última, aos 10% com maiores rendimentos, passando por todas as faixas intermediárias.

A segunda faixa é a que registrou aumento mais significativo, de 29,9%, passando de R$ 291,07 para R$ 378,11. Também tiveram aumentos significativos, na mesma base comparativa, a terceira e a quinta faixas, com 15,8% e 13,1%, respectivamente.

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Tendência

De acordo com o Ipea, a valorização dos rendimentos de base em relação aos extratos mais altos de renda dos ocupados é uma tendência. Tendência esta que se repete na análise das variações percentuais referentes ao primeiro trimestre deste ano.

Segundo a pesquisa, os 10% com salário menor tiveram expansão de 10,2% na renda neste primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2007. Para os 10% mais ricos, este percentual foi de 0,4%.

País cresce, mas salários não acompanham

O Ipea alerta que os salários dos trabalhadores estão perdendo espaço quanto à participação na renda do País. Até o ano de 2004, quando as taxas de crescimento econômico começam a se fazer sentir, os salários dos trabalhadores perderam participação do PIB (Produto Interno Bruto) do País, caindo de um patamar de 48,4%, em 1995, para um piso de 39,1% em 2005. A partir daí, o que se observa é uma grande estabilidade nessa relação.

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A expectativa é de que, em 2009, os rendimentos do trabalho alcancem os patamares de 2002, ano em que a participação destes no PIB foi de 39,8%. Mas o instituto ressalta que, para que o prognóstico se concretize, o Brasil precisa manter seu atual ritmo de crescimento econômico.